Britânico foi alvo de diversas críticas após estereotipar aborígenes australianos em obra, que teve vendas suspensas; entenda!
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/11/2024, às 20h00
O chef britânico Jamie Oliver decidiu interromper a circulação de seu primeiro livro infantil após receber críticas por fortalecer estereótipos e desrespeitar povos originários da Austrália.
A Comissão Nacional de Educação Aborígene e dos Insulares do Estreito de Torres (Natsiec) liderou os protestos, acusando o romance "Billy and the Epic Escape" ("Billy e a Fuga Épica") de contribuir para o "apagamento, banalização e estereótipos das experiências" dos aborígenes australianos.
A história, ambientada na Inglaterra, inclui uma cena em que o vilão sequestra uma menina de uma comunidade em Alice Springs, região central da Austrália. Publicada no ano passado, a obra voltou a ser alvo de críticas da Natsiec quando Oliver visitou o país para promover seu novo livro de receitas, prejudicando sua imagem e seus esforços de divulgação.
A Natsiec sugeriu que nem o autor, nem a editora Penguin Random House consultaram representantes dos povos originários antes da publicação.
Sharon Davis, diretora-executiva da organização, declarou ao The Guardian que o livro reforça “estereótipos específicos” e desrespeita as experiências dos povos originários, levantando preocupações sobre a “segurança cultural dos leitores, especialmente dos jovens”.
Ela também criticou a representação do personagem e as práticas culturais, chamando-as de "irresponsáveis e prejudiciais", por reforçar estereótipos racistas ligados à remoção de crianças indígenas, um tema doloroso para a comunidade.
Além disso, o livro foi criticado por usar palavras indígenas de diferentes povos de maneira incorreta. Oliver e a editora informaram que não consultaram representantes dos povos originários antes do lançamento.
Em comunicado, o chef pediu desculpas e afirmou: "Estou arrasado por saber que ofendi (os povos originários) e peço desculpas por isso". Ele acrescentou que, em decisão conjunta com a editora, decidiu retirar o livro de circulação.
A Penguin Random House também reconheceu os erros, destacando que "os padrões de publicação foram inferiores neste caso" e que aprenderam com essa experiência.
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