Restos de antiga oficina de tintura púrpura da Grécia - Divulgação/Universidade Paris Lodron de Salzburgo/Departamento de Clássicos
Arqueologia

Oficina de tintura púrpura da Idade do Bronze é descoberta na Grécia

Datada do século 16 a.C., a oficina de tintura púrpura tíria, uma das mais caras e valiosas do mundo, foi descoberta na ilha grega de Egina; confira!

Éric Moreira Publicado em 15/06/2024, às 14h11

Recentemente, arqueólogos da Universidade Paris Lodron de Salzburgo, da Áustria, descobriram durante escavações em Cape Kolonna, na costa noroeste da ilha de Egina, na Grécia, uma antiga oficina de tintura roxa da Idade do Bronze. Vale mencionar que esse pigmento era extremamente caro na antiguidade, sendo o mais procurado e valorizado do passado.

Segundo o artigo da descoberta, publicado na última quarta-feira, 12 de junho, na PLOS ONE, a oficina data de cerca do século 16 a.C.. No local, foram encontrados fragmentos de cerâmica com o pigmento roxo — também chamado de púrpura de Tírio —, do que provavelmente seriam restos de recipientes, além de pedras de amolar com o pigmento e um poço de resíduos com conchas trituradas, principalmente do caracol marinho murex.

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Além disso, também havia no local restos queimados de leitões e cordeiros, que provavelmente serviram como ofertas de sacrifício pela proteção da oficina, ou por uma boa colheita de caracóis. A pigmentação roxa, vale mencionar, é proveniente destes animais.

Pela primeira vez, a descoberta de quantidades notáveis ​​de pigmento bem preservado, juntamente com um grande número de conchas de moluscos esmagadas e algumas instalações funcionais, permitem uma visão detalhada da produção de corante púrpura na ilha grega de Egina há cerca de 3.600 anos", afirmam os pesquisadores em comunicado.

"Análises químicas por HPLC, estudos malacológicos, zoológicos e arqueológicos ilustram o processo técnico e as peculiaridades da produção inicial de corantes e comprovam uma oficina dentro do assentamento da Idade do Bronze Final", concluem.

Pigmento raro

Segundo o Heritage Daily, na Idade do Bronze, corantes coloridos eram uma mercadoria bastante comum na região do Mediterrâneo, mas o roxo, especificamente, era o mais valorizado. Isso porque sua produção era extremamente cara e demorada, por isso, itens dessa época coloridos com ele foram mais associados ao poder e à riqueza.

O corante, no caso, é secretado por uma variedade de espécies de caracóis marinhos da família Mauricidae. Na natureza, estes animais utilizam a secreção para sedar possíveis presas, revestir massas de ovos e até mesmo como mecanismo de defesa, quando se sentem ameaçados.

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