Obras em investigações são de artistas consagrados - Claude Monet
Artistas

Obras de Monet e Van Gogh podem ter sido saqueadas por nazistas

Cinco pinturas da Coleção Emil Bührle foram retiradas de exibição enquanto o museu Kunsthaus Zürich apura origem das obras

Redação Publicado em 17/06/2024, às 15h59 - Atualizado às 18h48

O Kunsthaus Zürich, um dos principais museus de arte da Suíça, anunciou a retirada de cinco pinturas de sua coleção enquanto investiga a possibilidade de que as obras tenham sido saqueadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

As pinturas, que incluem obras de artistas renomados como Claude Monet e Vincent van Gogh, fazem parte da Coleção Emil Bührle, nomeada em homenagem a um rico comerciante de armas alemão que lucrou durante a guerra vendendo armamentos aos nazistas.

As suspeitas sobre a origem das obras da coleção Bührle não são novas. A decisão de retirá-las do museu foi tomada após a publicação de novas diretrizes internacionais para lidar com o grande número de obras de arte que ainda não foram devolvidas às famílias de seus legítimos proprietários após serem roubadas durante a guerra.

Obras sob investigação: Jardim em Giverny, de Claude Monet; Retrato do escultor Louis-Joseph, de Gustave Courbet; Georges-Henri Manuel, de Henri de Toulouse-Lautrec; A Velha Torre, de Vincent van Gogh; A Estrada Ascendente, de Paul Gauguin.

O conselho da Fundação Emil Bührle declarou em comunicado estar “comprometido em buscar uma solução justa e equitativa para essas obras com os herdeiros legais dos antigos proprietários, seguindo as melhores práticas”.

Uma sexta obra da coleção, La Sultane, de Edouard Manet, também foi submetida a um exame mais minucioso. No entanto, a fundação alega que as novas diretrizes não se aplicam a ela e que a pintura será analisada separadamente.

A fundação também se disse “preparada para oferecer uma contribuição financeira ao espólio de Max Silberberg em respeito ao destino trágico do antigo proprietário”. Silberberg foi um industrial judeu alemão cuja extensa coleção de arte foi vendida em leilões pelos nazistas. Acredita-se que ele tenha sido assassinado no campo de concentração de Auschwitz durante o Holocausto.

Novas práticas

Em março deste ano, mais de 20 países, incluindo a Suíça, concordaram com novas práticas propostas pelo Departamento de Estado dos EUA para lidar com a arte saqueada pelos nazistas. As novas diretrizes visam marcar o 25º aniversário dos Princípios da Conferência de Washington de 1998, que estabeleceram um conjunto de regras para facilitar a restituição de itens roubados ou vendidos à força.

Conforme a lei suíça, não é possível apresentar reivindicações legais de restituição ou compensação para obras da coleção Bührle devido a estatutos de prescrição.

Segundo a BBC, até sua morte em 1956, Bührle acumulou uma coleção de cerca de 600 obras de arte. Uma grande parte delas é administrada pela Fundação Bührle e está em exibição no Kunsthaus como parte de um empréstimo de 20 anos. O restante da coleção está nas casas dos parentes sobreviventes de Bührle.

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