Ilustração antiga de um hospital de tratamento de leprosos - Domínio Público via Wikimedia Commons
Arqueologia

Novo estudo aponta "primeiro animal antigo hospedeiro da lepra"

Na antiguidade, a hanseníase — também conhecida como lepra — foi uma grande epidemia pela Europa; novo estudo atesta que pequeno e inofensivo animal pode ter sido hospedeiro da doença

Éric Moreira Publicado em 04/05/2024, às 12h06

Um novo estudo publicado na última sexta-feira, 3, na revista Current Biology, revelou que um animal bastante comum na Inglaterra medieval serviu como hospedeiro para cepas de Mycobacterium leprae, bactéria causadora da lepra, na Idade Média: o esquilo-vermelho.

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O estudo foi feito com base em análises de resultados de sítios arqueológicos de Winchester. Vale mencionar que a lepra é considerada uma das doenças mais antigas registradas em toda a história humana, prevalecendo até hoje em algumas áreas da Ásia, África e América do Sul.

No novo estudo, segundo o Heritage Daily, os pesquisadores analisaram 25 amostras humanas encontradas em Winchester, e outras 12 de esquilos de dois sítios arqueológicos medievais da região. Durante a Idade Média, a cidade era fortemente relacionada com o comércio de peles destes animais, e também abrigou um hospital que tratava de pessoas com lepra.

Segundo Verena Schuenemann, co-autora do estudo, da Universidade de Basileia: "Com a nossa análise genética, conseguimos identificar os esquilos-vermelhos como o primeiro animal antigo hospedeiro da lepra."

Esquilo-vermelho / Crédito: Foto por Brigitte JAUFFRINEAU pelo Pixabay

 

Transmissão

Conforme descrito no estudo, estirpes medievais de esquilos-vermelhos eram mais relacionadas a estirpes humanas em Winchestes, que com estirpes modernas de esquilos da Inglaterra. Isso, por sua vez, sugere que ocorria uma circulação independente de estirpes da bactéria Mycobacterium leprae.

As nossas descobertas destacam a importância de envolver material arqueológico, em particular restos de animais, no estudo do potencial zoonótico a longo prazo desta doença, uma vez que apenas uma comparação direta de antigas estirpes humanas e animais permite reconstruções de potenciais eventos de transmissão ao longo do tempo", pontua no estudo a co-autora Sarah Inskip, da Universidade de Leicester, no Reino Unido.
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