Amostra de madeira fossilizada encontrada no Panamá - Reprodução / Christian Ziegler
Floresta

No Panamá, pesquisadores encontram floresta petrificada de 23 milhões de anos

A floresta teria sido petrificada após um fluxo intenso de lava vulcânica ter enterrado o local há milhões de anos; fósseis naturais foram encontrados

Isabelly de Lima Publicado em 10/01/2024, às 11h13 - Atualizado em 15/01/2024, às 09h48

Uma antiga floresta de mangue, sepultada por um fluxo de lama vulcânica há mais de 20 milhões de anos, foi recentemente revelada por pesquisadores em uma expedição geológica na Ilha Barro Colorado (BCI), no Panamá. O estudo, publicado na revista Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, destaca a descoberta de árvores fossilizadas, algumas registrando incríveis 40 metros de altura.

A ilha, situada no Lago Gatún — que faz parte do Canal do Panamá —, já foi parte de uma paisagem montanhosa submersa após a construção do canal em 1913. Hoje, suas florestas tropicais são intensivamente estudadas. A descoberta dos fósseis surpreendeu os pesquisadores, já que, apesar das inúmeras investigações ao longo do século passado, nenhuma anteriormente os havia relatado.

Os fósseis, apesar de se assemelharem a tocos em decomposição, estão notavelmente preservados devido a uma erupção vulcânica que os cobriu há aproximadamente 23 milhões de anos. Esse evento raro retardou a decomposição, proporcionando uma visão única da antiga paisagem, segundo ao Live Science.

Nunca imaginamos que a madeira fóssil estaria no BCI", dados os numerosos cientistas que pesquisaram a ilha ao longo do século passado. "Ninguém os relatou", disse o co-autor do estudo Carlos Jaramillo, geólogo do Smithsonian Tropical Research Institute no Panamá, disse ao Live Science por e-mail. Os fósseis "são difíceis de distinguir de qualquer outra árvore em decomposição na floresta", porque parecem tocos apodrecidos, acrescenta.

Nova espécie

A pesquisa examinou 121 amostras de madeira fossilizada na ilha, identificando 50 pertencentes a uma nova espécie, denominada Sonneratioxylon barrocoloradoensis. Essas árvores antigas, mais altas do que os manguezais modernos, atingiam até 40 metros de altura.

A pesquisadora Karen Cárdenas ao lado de um fóssil encontrado na floresta - Crédito: Reprodução / Christian Ziegler

 

Camila Martínez Aguillón, paleoecologista da Universidade EAFIT, destaca que esses fósseis oferecem uma "rara e grande oportunidade de viajar ao passado". A floresta antiga, que se desenvolveu ao longo de uma estreita península, fornece evidências sobre estratégias de sobrevivência, mostrando semelhanças com os manguezais atuais.

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