Acredita-se que a chamada Batalha das Ardenas tenha matado entre 70 e 100 mil pessoas
Recentemente, um grupo de pesquisadores europeus identificou, graças a uma nova tecnologia de lasers do tipo LiDAR, 941 vestígios da Batalha das Ardenas, um dos maiores e mais sangrentos embates ocorridos entre alemães e norte-americanos na Segunda Guerra Mundial. As novas técnicas de observação permitem medir distâncias a partir de feixes de luz, criando assim mapas digitais com extrema precisão.
A Batalha das Ardenas (também chamada de 'Batalha de Bulge'), de acordo com a Revista Galileu, ocorreu entre dezembro de 1944 e janeiro de 1945, na floresta das Ardenas na Valônia, no leste da Bélgica. Estima-se que nesse conflito, morreram entre 70 mil e 100 mil pessoas.
Porém, mesmo com números assustadores, a grande batalha deixou poucos vestígios de fácil visualização na região, visto que ocorreu em meio às densas florestas da Europa Central. Foi só graças a uma nova pesquisa — publicada na última terça-feira, 15, na revista Antiquity — e tecnologia que novas evidências puderam ser encontradas.
"Já se passaram mais de 75 anos desde o fim da batalha. As últimas pessoas que viveram esse conflito já não estão mais entre nós. Mas ainda temos a paisagem. A floresta permanece até hoje como uma testemunha da guerra", disse Birger Stichelbaut, o principal autor do estudo, em entrevista à Newsweek.
Com os lasers LiDAR, porém, a equipe de Stichelbaut conseguiu encontrar novos vestígios na vegetação da floresta, além de abrigos subterrâneos, trincheiras, plataformas de artilharia e crateras formadas pelas explosões das bombas.
Com os achados recentes, a equipe de pesquisadores conseguiu distinguir três diferentes momentos determinantes na Batalha das Ardenas. O primeiro deles, anterior à ofensiva, se deu quando os soldados Aliados dos Estados Unidos montaram uma linha de frente estável, quilômetros à oeste, onde foram achados fusíveis, plataformas de artilharia e fortificações de campo.
Já a segunda etapa da batalha seria a ofensiva alemã na região, quando mais de 200 mil soldados e quase mil tanques começaram um ataque. Esse momento deixou como vestígios fortificações de campo e objetos alemães nos bancos de artilharia norte-americanos, indicando que os nazistas possivelmente utilizaram-se de fortificações estadunidenses abandonadas.
Por fim, a fase final parece ter sido a mais decisiva, quando forças aéreas Aliadas ajudaram a estabelecer domínio na região, deixando marcas de "numerosas crateras de bombas", nas palavras do próprio Birger Stichelbaut. Porém, ainda não é descartada a hipótese de alguns desses buracos existam desde antes mesmo da Batalha das Ardenas.