Fósseis encontrados na Chapada do Araripe - Divulgação/PF
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Museu recebe guarda de 237 fósseis contrabandeados na Chapada do Araripe, Ceará

A Polícia Federal entregou as peças apreendidas em uma operação que investiga tráfico internacional. Confira!

Luíza Feniar Migliosi sob supervisão de Penélope Coelho Publicado em 20/08/2021, às 11h04

A Polícia Federal assinou um termo de guarda no qual entrega 237 fósseis contrabandeados por um esquema de tráfico ao Museu Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Urca), na última quarta-feira, 18.

Alvo da Operação Santana Raptor, feita em outubro de 2019, as peças de valor histórico-cultural são originarias da Chapada do Araripe, no Ceará, segundo informações do portal G1.

Formada por municípios como Nova Olinda, Santana do Cariri e Missão Velha, a região é uma das três mais ricas do mundo em quantidade de fósseis, que são formados há cerca de 110 milhões de anos. Eles são vendidos no exterior, segundo órgãos de investigação, por até 150 mil dólares cada.

O termo provisório foi assinado pela Polícia Federal após determinação da Justiça Federal. O museu realiza pesquisas paleontológicas com os fosseis da região. Todas as peças foram apreendidas em casas ou escritórios dos alvos da operação, em outubro do ano passado. Segundo a PF, o inquérito ainda está em conclusão, já que aguarda análises da perícia.

Fósseis encontrados na Chapada do Araripe | Crédito: Divulgação/PF

 

A Operação

A PF cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em outubro de 2020, sendo 17 no Ceará e 2 no Rio de Janeiro. Um professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi alvo de suspeita de ser parte da organização criminosa.

As investigações do Ministério Público Federal do Ceará relatam que trabalhadores de pedreiras da região, onde dois homens foram presos, extraiam e comercializavam ilegalmente as peças. Um deles seria um dos principais negociadores de fósseis entre 2017 e 2020 e o outro receberia valores do professor universitário para coletar e guardar as peças.

Em comunicado, a UFRJ relatou que "todos os fósseis sob a guarda da UFRJ estão legalmente cadastrados e catalogados na instituição e notificados aos órgãos responsáveis".

Além disso, a universidade disse que todos “os docentes e a própria unidade (Instituto de Geociências) têm documento de autorização para coleta e pesquisa de fósseis na Bacia do Araripe (CE), fornecido pela Agência Nacional de Mineração (ANM)".

As investigações também indicam atuação de empresários, servidores públicos, atravessadores e outros pesquisadores nacionais e estrangeiros. Caso os crimes sejam comprovados, os acusados responderão por organização criminosa, usurpação de bem da união e crime ambiental, o que pode ocasionar uma pena de até 16 anos de prisão.

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