Ditador está enterrado no Valle de los Caídos, complexo memorial criado por ele mesmo. Opositores consideram como glorificação
Vinícius Buono Publicado em 18/09/2019, às 10h40
A Suprema Corte espanhola decidirá, no próximo dia 24, se os restos mortais do general e ditador Francisco Franco serão exumados e removidos do Valle de Los Caídos, um enorme complexo erguido pelo próprio em honra aos mortos na Guerra Civil Espanhola.
A intenção do atual governo é mover a ossada de Franco para uma campa comum ou de pertencimento da família. Essa é uma das principais pautas do primeiro-ministro Pedro Sánchez, eleito em 2018. Segundo ele, o país não pode continuar glorificando o ditador.
Para muitos espanhóis, isso seria o mesmo que exaltar Hitler. Utilizando os outros países europeus como exemplo, eles comparam a António Salazar, ditador de Portugal e Benito Mussolini, líder fascista da Itália, que estão enterrados, respectivamente, em um cemitério municipal e numa cripta da própria família.
A decisão foi parar na mais alta instância jurídica do país depois que os descendentes de Franco recorreram à decisão. O governo está confiante de que a exumação será liberada pelo tribunal.
Francisco Franco chegou ao poder na Espanha após se rebelar contra o governo republicano, gerando a Guerra Civil Espanhola na década de 1930. Teve seu regime marcado pelo alinhamento ao nazifascismo, de quem recebeu grande apoio durante o período de guerra.
Foi o único com tais características a sobreviver à Segunda Guerra Mundial, graças, principalmente, ao fato da Espanha ter se mantido neutra durante o conflito. O governo durou até a morte do general, em 1975.
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