França investiga pichações antissemitas 'desprezíveis' em Paris

Desde o início dos ataques entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, pichações de dezenas de Estrelas de Davi foram espalhadas em edifícios ao redor de Paris e em seus subúrbios. O ato, visto como antissemita e ameaçador para os judeus, está sendo investigado por promotores franceses.

A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, condenou "os atos desprezíveis", apontando que eles não ficarão impunes. Segundo o The Guardian, novas estrelas foram pintadas em fachadas de diversos edifícios da zona sul parisiense nesta semana.

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As pichações teriam sido feitas com spray e estêncil; e se espalharam pelos subúrbios de Paris no último final de semana — e em comunas como Vanves, Fontenay-aux-Roses e Aubervilliers. Já em Saint-Ouen os grafites eram acompanhados da frase: "A Palestina vencerá".

Marcas de ódio

Até o momento, as autoridades francesas já registraram 857 incidências desta natureza no país, conforme relatou o ministro do Interior, Gérald Darmanin, na última terça-feira, 31, segundo o The Guardian.

São tantos atos de antissemitismo em três semanas quanto os que ocorreram até agora neste ano", disse ele.

O ministro ainda informou que a polícia e as autoridades judaicas abriram diversas investigações contra os grafites antijudaicos que se espalharam em torno da capital. Eles também prometerem às comunidades judaicas que "nós os protegeremos, absoluta e completamente, dia e noite".

Nesta quarta-feira, 1, Olivier Klein, delegado do governo para o antissemitismo e o racismo, falou à rádio France Inter: "Os ataques antissemitas e racistas têm uma ligação com as notícias atuais, mas se há um ressurgimento é porque isto estava presente, havia um terreno fértil… Infelizmente, nosso país, como outros, tem essa capacidade de despertar velhos demônios."

Por fim, o sindicato dos estudantes judeus da França disse que as recentes pichações foram feitas para espelhar como os judeus foram forçados a usar a Estrela de Davi pelo regime nazista durante a Segunda Guerra.

"Este ato de marcação recorda os processos da década de 1930 e da Segunda Guerra Mundial que levaram ao extermínio de milhões de judeus", disse o Samuel Lejoyeux. "As pessoas que fizeram isso claramente queriam aterrorizar."