Crianças enfrentaram ambientes sujos, cheios de ratos e sofriam maus-tratos físicos e psicológicos; fundador da seita dizia ser 'Allah em pessoa'
Giovanna Gomes Publicado em 18/09/2024, às 08h00
As autoridades dos EUA condenaram seis membros da seita "Nação Unida do Islam" por explorar crianças, submetendo-as a trabalho forçado em turnos de até 16 horas e fazendo-as viver em condições deploráveis. As investigações revelaram que as crianças enfrentavam ambientes sujos, infestados de ratos, e eram vítimas de maus-tratos físicos e psicológicos.
A promotoria destacou que, além de restrições alimentares severas, as crianças apanhavam dos líderes da seita e dormiam em quartos superlotados, com mofo e ratos. Um dos castigos incluía o confinamento em um porão escuro e amedrontador.
Segundo informações do portal UOL, as vítimas eram forçadas a trabalhar nas lojas da seita, muitas vezes sendo traficadas para diferentes estados, como Nova Jersey, Nova York e Ohio. Não recebiam qualquer remuneração pelos serviços prestados.
O líder Kaaba Majeed, de 50 anos, foi condenado a até 20 anos de prisão por cinco acusações de trabalho forçado. Outros cinco membros da seita também foram condenados, com penas de até cinco anos.
Relatos chocantes durante o julgamento incluíram uma criança que foi forçada a beber água da privada para sobreviver e outra que foi pendurada de ponta-cabeça sobre trilhos de trem como punição. As condições foram descritas como "desumanas e abomináveis" pela promotoria.
Royall Jenkins, fundador da seita, afirmava ser "Allah em pessoa" e alegava ter viajado em uma espaçonave com anjos. Ele fundou a "Nação Unida do Islam" em 1978, após se desligar da "Nação do Islam". Suas doutrinas pregavam a inferioridade das mulheres e viam o homem branco como um inimigo, afirmando que ele foi criado por um cientista há cerca de 6 mil anos.
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