Reconstruções faciais dos dois meninos encontrados em antigo enterro huno na Polônia - Divulgação/Marta Barszcz
Arqueologia

Enterro de 1.600 anos é um dos mais antigos indícios de hunos na Europa

Descoberto na Polônia, o enterro consiste em dois meninos com menos de 10 anos, um deles com o crânio deformado; entenda!

Éric Moreira Publicado em 13/06/2024, às 10h04

Em 2018, arqueólogos da Polônia descobriram em uma vila perto de Cracóvia os restos mortais de duas crianças, estando uma delas acompanhada por vários objetos fúnebres e com o crânio deformado. Datada de 1.600 anos atrás, esta é considerada uma das evidências mais antigas dos hunos na Europa.

Segundo o Live Science, os hunos eram conhecidos no passado por serem guerreiros nômades montados a cavalo, originários da Ásia Central, que saquearam grande parte da Europa nos séculos 4 e 5. Comandados por Átila, o Huno — que foi inclusive conhecido pelos cristãos como "o Flagelo de Deus" —, eles construíram um vasto império que dominou desde a Rússia até onde hoje é a França.

+ 10 fatos sobre Átila, o Huno

Dois meninos

Em um novo estudo, o arqueólogo da Academia Polonesa de Ciências, Jakub Niebylski — também responsável pela descoberta do túmulo —, e sua equipe, realizou uma análise dos ossos dos garotos, a partir de isótopos e de DNA. Assim, puderam apontar que a criança sem bens mortuários tinha entre 7 e 9 anos quando faleceu; já o outro, do crânio deformado, tinha entre 8 e 9 anos.

Um detalhe curioso é que o DNA do garoto sem bens funerários indicava ascendência da Europa Central e Oriental. Além disso, seus ossos foram encontrados excepcionalmente lisos, o que indicaria que seu "corpo foi cozido antes do enterro", segundo o estudo, publicado no Journal of A Archeological Science: Reports.

Já o outro possuía ascendência mais próxima a dos nômades do Cazaquistão e Quirguistão. A deformação em seu crânio foi manipulada desde o início de sua infância, sendo esta uma prática relativamente comum entre os antigos hunos. Ambos os garotos foram enterrados juntos, entre os anos 395 e 418 d.C..

Temos dois meninos de origem genética diferente, asiáticos e europeus, que foram colocados na mesma sepultura em diferentes ritos fúnebres", conta Anita Szczepanek, arqueóloga e antropóloga da Academia Polonesa de Ciências e coautora do estudo, à WordsSideKick.com. "O menino europeu foi enterrado de barriga para baixo, com a cabeça oposta à cabeça do menino huno. Mas algum tempo depois, [o crânio do menino europeu] foi movido para as pernas".

Também é descrito no estudo que o menino com crânio deformado apresentava lesões em suas órbitas oculares, e que ele provavelmente sofria de anemia ou alguma outra doença crônica, justificando assim sua morte tão jovem. Ele seria um habitante daquela região mesmo; o outro menino, por sua vez, nasceu provavelmente no Norte ou Centro da Europa, migrando posteriormente para a região.

Também é descrito que os dois garotos tinham dietas bastante semelhantes, ricas em proteínas. Assim, pela falta de bens funerários no migrante, os pesquisadores supõem que ele tinha um status social inferior, e possivelmente foi um servo ou companheiro do menino huno.

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