Restos mortais encontrados na Turquia - Divulgação/Ergül Kodas
Arqueologia

Arqueólogos encontram túmulo de mulher xamã de 12 mil anos na Turquia

Sepultura encontrada no sítio arqueológico de Çemka Höyük, na Turquia, abriga os restos mortais de uma mulher adulta, com idade entre 25 e 30 anos

Giovanna Gomes Publicado em 05/08/2024, às 10h51

Uma sepultura encontrada no sítio arqueológico de Çemka Höyük, na Turquia, pode abrigar os restos mortais de uma xamã — ou de alguém que foi enterrado por um xamã — há quase 12 mil anos. A descoberta foi divulgada em um artigo científico na revista L'Anthropologie e pode auxiliar os pesquisadores a entender os rituais religiosos dos assentamentos neolíticos que ocupavam a região.

Descoberto no ano de 2019, o túmulo está situado entre as ruínas de uma estrutura que parecia ser uma casa de formato redondo, datada de aproximadamente 9300 a.C, durante o período Neolítico Pré-Cerâmico A (PPNA). De acordo com infomações do portal Galileu, ao que tudo indica, o indivíduo seria uma mulher adulta, com idade entre 25 e 30 anos.

A fonte destaca que, embora esta não tenha sido a primeira sepultura humana descoberta em Çemka Höyük, o estado de preservação e os detalhes do enterro impressionaram os arqueólogos.

Detalhes

O túmulo estava coberto por uma laje de calcário, algo raro para um sepultamento desse período. Além disso, esqueletos de animais, como um auroque, uma espécie bovina extinta, e um canídeo, foram encontrados ao lado do esqueleto da mulher. Ela estava enterrada de bruços, deitada sobre o lado direito.

Esses elementos indicam que o funeral recebeu uma “atenção especial”, levando os pesquisadores a acreditar que o túmulo pertence a uma xamã ou, pelo menos, que a mulher tenha sido sepultada por um xamã.

O calcário, na visão dos arqueólogos, pode ter sido colocado para assegurar que seu espírito permanecesse dentro do túmulo, de modo a impedir que ela retornasse como um espírito maligno.

“É muito provável que essas pessoas fossem diferentes também em seus hábitos e aparência”, dizem os autores. “Elas podem ter tido uma deficiência ou marcas visuais que as tornavam diferentes e talvez fossem solitárias e socialmente marginalizadas, apesar de, ou por causa de, seu papel como um viajante entre mundos."

No entanto, não é possível afirmar com certeza qual seria o significado dos elementos da sepultura. Uma hipótese é a de que o crânio do auroque teria a função de proteger os restos. Apesar das incertezas, os autores sugerem que este sepultamento pode ser a primeira demonstração de xamanismo no período neolítico na Turquia.

+ Confira aqui o estudo completo.

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