Investigação aponta que médico trabalhou em pelo menos 10 hospitais em três anos de atividade
Redação Publicado em 15/07/2022, às 11h01
Giovanni Quintela Bezerra, preso em flagrante no domingo, 10, por estupro durante um parto, além dos trabalhos como anestesiologista, também já atuou como clínico, ginecologista, obstetra e médico mastologista. Os registros do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) foram levantados pelo jornal O Globo e divulgados nesta sexta-feira, 15.
Conforme a apuração do portal, o indiciado começou a sua carreira residente em 2019. Após esse período de testes, ele foi efetivado em maio de 2020 no mesmo local em que já estava há um ano, o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI).
Após a ação policial o instituo disse que fará um levantamento dos procedimentos que ele esteve presente, além de conversar com os pacientes para saber se houve algum problema.
Em junho de 2020, o médico começou a atuar na clínica de ginecologia e mastologia do seu pai, da qual é sócio. Dados do CNES mostram que o anestesista trabalhou como mastologista, ginecologista e obstetra de junho de 2020 até o mês passado.
Por duas vezes, a equipe do Globo esteve presente na clínica para tentar ouvir a administração, mas ela está permanentemente fechada, sem sequer responder por ligações nos números indicados em frente a entrada. Em comunicado divulgado aos pacientes, foi avisado que a partir de hoje o local passará por uma série de reformas e não tem previsão de retorno às atividades.
Durante seus três anos de carreira médica, o profissional trabalhou em pelo menos dez hospitais públicos e privados. Os hospitais Copa Star e Barra D'Or, Rio Mar e Balbino informaram que o cadastro de Giovanni na função de médico assistente, está suspenso até que a investigação policial seja concluída. Outra grande rede de saúde, a Unimed-Rio, informou que vetou qualquer possibilidade de atuação do médico em suas unidades.
Como decisão mais radical, o Hospital de Clínicas Mário Lioni decidiu revogar imediatamente a certificação do homem como prestador de serviços na unidade.
Rapidamente após a prisão, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que Bezerra atuava há seis meses como pessoa jurídica para os hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e Getúlio Vargas. As unidades estão em contato com a polícia civil para colaborar com a investigação.
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