Cientistas da missão Chang'e-6 recolhendo amostras trazidas da lua - Reprodução/Vídeo/YouTube
Lua

Amostras lunares revelam passado curioso do lado oculto da Lua

Cientistas divulgam as primeiras análises da missão chinesa Chang’e-6 que traz novas descobertas sobre a formação e evolução do nosso satélite natural

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/11/2024, às 19h30

Uma nova janela para o passado da Lua se abriu com a análise das amostras coletadas pela missão chinesa Chang’e-6. Pesquisadores descobriram que o lado oculto de nosso satélite natural abrigou uma intensa atividade vulcânica por bilhões de anos. 

A missão Chang’e-6, que pousou na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma das maiores e mais antigas crateras da Lua, coletou quase dois quilos de material lunar. Ao analisar esses fragmentos, os cientistas identificaram grãos de lava com idades estimadas em 2,8 bilhões de anos e até mesmo 4,2 bilhões de anos.

"Podemos contar a trajetória de uma longa história de vulcanismo e diferentes fontes do manto no lado oculto da Lua", afirmou Qiu-Li Li, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, no estudo da Nature.

A descoberta de material vulcânico tão antigo indica que a Lua teve um período de atividade vulcânica muito mais prolongado do que se imaginava anteriormente. Essa atividade moldou a superfície lunar e contribuiu para a formação de diversas características geológicas que observamos hoje.

Resultados importantes

A Bacia do Polo Sul-Aitken, onde as amostras foram coletadas, é um local de grande interesse para os cientistas, pois preserva registros de eventos geológicos que ocorreram há bilhões de anos. A presença de uma poeira fina contendo grãos de diferentes épocas geológicas torna essa região um verdadeiro tesouro para a compreensão da evolução lunar.

Os resultados da missão Chang’e-6 têm importantes implicações para a ciência planetária. Ao entender melhor a história vulcânica da Lua, os cientistas podem obter informações valiosas sobre a formação e evolução de outros corpos celestes, como Marte e Mercúrio.

Além disso, essas descobertas podem ajudar a desvendar os mistérios sobre a origem da água na Lua e a possibilidade de existência de recursos minerais que possam ser explorados no futuro.

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