Militares durante a Revolta Paulista de 1924 - Acervo Alesp/Divulgação
História

Alesp inaugura exposição com fotos da revolta paulista de 1924

Exposição na Alesp celebra o centenário da Revolta Paulista de 1924 com fotografias e documentos históricos; inauguração foi nesta segunda-feira, 10

Redação Publicado em 10/06/2024, às 17h44

Em 1924, a cidade de São Paulo viveu um verdadeiro cenário de guerra. Por 23 dias, bairros operários como Mooca, Brás, Cambuci, Ipiranga e Belenzinho foram intensamente bombardeados pelas forças legalistas sob as ordens do então presidente Artur Bernardes.

Em 5 de julho de 1924, unidades do Exército se rebelaram e tomaram as ruas da capital paulista na tentativa de derrubar o presidente Artur Bernardes, que governou o Brasil de 1922 a 1926. O conflito, que durou 23 dias, resultou na morte de centenas de pessoas, e muitos dos revoltosos buscaram refúgio no interior do estado.

Para marcar o centenário da Revolta de 1924, também conhecida como Revolta Esquecida, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) inaugurou, nesta segunda-feira, 10, uma exposição com 152 reproduções fotográficas do período, além de documentos como telegramas de governadores da época e livros. A curadoria é do Museu de Energia de São Paulo, e parte dos documentos e livros pertence ao Acervo Histórico da Alesp. A exposição foi organizada pelo deputado estadual Maurici (PT).

Demos à exposição o nome de Centenário de 1924: Memórias da Revolta Esquecida. Ela é um esforço para resgatar a memória de um período político conturbado do nosso país. De um lado, tínhamos o presidente Artur Bernardes, que governou o Brasil entre 1922 e 1926. Do outro, jovens tenentes do Exército que desejavam mudanças, como o voto secreto, a moralização da política, uma ampla reforma para melhorar a qualidade do ensino e, em primeiro lugar, derrubar o então presidente”, explicou Maurici à Agência Brasil.

Como foi a Revolta?

“Para conter esse movimento, as forças legalistas, sob as ordens de Artur Bernardes, transformaram São Paulo em uma praça de guerra, incluindo o bombardeio indiscriminado de bairros operários como Mooca, Brás e Cambuci. Esse episódio marcou profundamente a nossa história e não podemos nos esquecer dele. Por isso, organizamos a exposição e a sessão solene para resgatar essa memória e mantê-la viva”, acrescentou o deputado.

Segundo Lincoln Secco, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP) e que esteve presente na sessão solene de inauguração da mostra, a Revolução de 1924 foi uma insurreição militar que visava derrubar o presidente, clamando pelo voto secreto e pelo combate à fraude. Essa articulação não ocorreu apenas em São Paulo, mas foi lá que os revoltosos conseguiram controlar uma grande cidade por mais tempo.

Segundo a 'Agência Brasil', o movimento paulista foi derrotado pelas forças do presidente, e os sobreviventes se organizaram em torno do militar Miguel Costa, da Força Pública de São Paulo, e de Luís Carlos Prestes, que liderava um grupo de soldados no sul do Brasil. Juntos, eles formaram a Coluna Miguel Costa-Prestes, que percorreu o país nos anos seguintes, atacando a República Velha (1889–1930).

A mostra ficará em cartaz na Alesp até o dia 21 de junho.

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