Confundindo outros povos, União Soviética tentou exportar a tradição beijoqueira da Rússia
Redação Publicado em 17/06/2019, às 00h00
Em 1968, o Exército Vermelho, fundado durante a Revolução Bolchevique, fez 50 anos. Para comemorar, a União Soviética lançou um selo que se tornou icônico, não apenas pela estranheza das ideias do bloco comunista, mas também algo de choque cultural, que faz ele parecer mais esquisito que realmente é.
O beijo no selo reproduz de um cartaz de 1939, comemorando a “liberação” de territórios orientais da Polônia, na invasão simultânea de nazistas e comunistas que deu início à Segunda Guerra. Ao fundo, há uma foto da mesma invasão. No poster original, mas não no selo, havia uma frase de Stalin: “Nosso é exército é o exército que libera”.
O civil está efusivamente recebendo o soldado soviético, agradecido por libertá-lo da tirania polonesa – de fato, o país era uma ditadura de tendências fascistas desde 1926. Os territórios invadidos pelos soviéticos eram fruto de uma conquista da Guerra Polaco-Soviética, de 1919, e sua população era de ucranianos e bielorrussos. Mas, séculos antes, haviam pertencido à grande República da Polônia-Lituânia.
O beijo não tinha ou tem nada de estranho para os russos. Elem podem não gostar de sorrir, mas são legendários beijoqueiros. Ainda hoje, o cumprimento padrão por lá, indiferente se entre homens ou mulheres, são três beijos no rosto. Beijos de verdade, molhados, e não no ar, como no Brasil. O selinho entre homens era apenas uma manifestação mais efusiva. A tradição não se extinguiu com o fim da União Soviética. Em 2013, numa baita confusão cultural, o mundo confundiu o típico selinho russo, dado por duas atletas numa competição em Moscou, 2013, como um protesto contra as leis antigay de Putin.
Atração Fatal
Em tempos soviéticos, a Rússia tentou exportar sua tradição beijoqueira para o resto da Cortina de Ferro, no que era conhecido como o “beijo fraterno socialista”. A imposição gerou uma das imagens mais icônicas da Guerra Fria. Em 1979, o líder soviético Leonid Brejnev e o alemão oriental Erich Honecker foram fotografados trocando o selinho socialista soviético – que era tão esquisito para os alemães como para os brasileiros. Em 1990, a foto foi parar no Muro de Berlim, que já havia sido aberto, mas ainda estava de pé. Abaixo, em russo e alemão, lia-se: "Meu Deus, ajude-me a sobreviver a esse amo mortal!".
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