Pouco vistas como tabu na época da monarquia, as relações entre parentes eram muito mais do que simples casamentos
Pamela Malva Publicado em 03/08/2020, às 11h30
1. Interesse político
Quando grande parte do mundo era comandada por coroas, cetros e tronos, o casamento e a gravidez eram vistos como uma forma de selar contratos. Assim, as monarquias costumavam unir membros da mesma família, a fim de dominar a maior quantidade de nações possível.
Com isso, tornou-se comum uma prática que se mostrou bastante perigosa: o incesto. Enquanto primos, tios e irmãos se casavam com primas, sobrinhas e irmãs, as famílias reinantes conseguiam expandir seus territórios em uma política bastante complexa.
2. Doença real
Segundo diversos especialistas, foi essa perpetuação do incesto que espalhou o gene da hemofilia para diversos herdeiros além da árvore genealógica da Rainha Vitória. Ainda que a monarca realmente tenha introduzido a doença na família, acredita-se que a consanguinidade entre os parentes da rainha fez com que a enfermidade se mantivesse por diversas gerações da coroa.
3. Casamentos consanguíneos
Foram muitos os casamentos incestuosos entre as coroas européias. Maria da Glória, filha de Dom Pedro I, por exemplo, foi pedida em casamento por seu próprio tio, D. Miguel I, que desejava tomar o trono de Portugal à força.
Também temos conhecimento sobre a relação entre George IV, do Reino Unido, e sua prima, Carolina de Brunsvique. Não muito longe, Ana Bolena foi julgada por uma suposta relação com seu irmão caçula. Pior ainda, no entanto, foi o caso de Carlos II, da Espanha, fruto da relação incestuosa entre Felipe IV e Mariana da Áustria.
4. Deformações
Como último rei dos Áustrias, Carlos II sofreu durante toda a sua vida graças à profunda consanguinidade entre seus pais. Muito além de tio e sobrinha, Felipe IV e Mariana da Áustria ainda acumulavam gerações do mesmo DNA — era como se fossem irmãos.
Dessa forma, segundo explica Francisco Ceballos, da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo, o herdeiro da Casa de Habsburgo foi profundamente afetado pelo incesto. No geral, ele tinha diversas deformidades, além da infertilidade, que levou à extinção de sua linhagem na Europa.
5. Genes carregados
A partir de um estudo publicado em 2019, Francisco Ceballos e sua equipe confirmaram que, pelo menos no caso dos Áustrias, diversas características da família foram geradas e perpetuadas pelo incesto. A proeminência da mandíbula, por exemplo, é um fator recessivo que surgiu nos monarcas da linhagem. Dessa forma, segundo os estudiosos, quanto maior o parentesco entre os pais, maior a deformação dos filhos.
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