Vida da figura religiosa, celebrada ao redor do Brasil em junho, é discutida na obra Santo Antonio, do jornalista Edison Veiga
Redação Publicado em 31/01/2021, às 09h00 - Atualizado em 13/06/2024, às 09h40
Da religião ao folclore, Santo Antônio é parte da cultura e da história brasileira. Nas simpatias populares, dependurar a imagem de cabeça para baixo, fazer novenas ou propagar correntes são algumas das estratégias para conseguir um apoio daquele que é considerado o santo casamenteiro. Outro papel milagreiro atribuído a ele é o de ajudar a encontrar coisas perdidas.
Apesar de Santo Antônio povoar o imaginário e a fé dos brasileiros, pouco se sabe sobre sua trajetória. O fato de ele ter vivido há oitocentos anos e a ausência de documentação de época para muitos dos relatos contribuem para que história e lenda se misturem e tornem árdua a tarefa de uma biografia com esta.
Com a missão de buscar evidências para contar a versão mais próxima da verdadeira de quem foi o religioso, Edison Veiga realizou viagens e longas pesquisas. O resultado está em Santo Antônio, livro lançado pela Editora Planeta.
Nascido em Lisboa, Portugal, em uma família pertencente à elite, o santo foi batizado com o nome Fernando, identificou a vocação religiosa, realizou missão no Marrocos, percorreu boa parte da Itália em seus trabalhos missionários, foi enviado à França para converter hereges e escolheu passar o fim da vida em Pádua.
Após sua morte, em menos de um ano, ele foi reconhecido oficialmente como santo pela Igreja, após a análise de 53 milagres.
Na obra, o jornalista reconstrói a trajetória do religioso, apresentando como ele se tornou Santo Antônio, detalhes de seus milagres e como surgiu sua fama popular como casamenteiro.
O autor também revela curiosidades como as patentes militares – com direito a salários – e os títulos honoríficos recebidos pelo religioso e como foi o processo de reconstituição tridimensional facial a partir dos restos mortais do santo — trabalho este realizado por um brasileiro.
Pensando nisso, separamos algumas curiosidades sobre o santo. Confira abaixo!
Na verdade, seu nome era Fernando Martins de Bulhões e Taveira de Azevedo. O nome Antônio ele só assumiu quando se tornou um frade franciscano — em homenagem a Santo Antão do Deserto, considerado o “pai de todos os monges”.
Pesquisa realizada pela Associação do Senhor Jesus apontou Santo Antônio como o favorito entre os devotos brasileiros: 20% dos entrevistados disseram recorrer a ele na hora das preces. São José, com 14,5%, ficou em segundo na pesquisa.
Frade Antônio morreu em 13 de junho de 1231, em Pádua, na Itália. Em 30 de maio de 1232, menos de um ano após sua morte, o Vaticano concluiu seu processo de canonização — o mais rápido da história até hoje. Foram reconhecidos pela Igreja 53 milagres, nenhum deles relacionado a moças casadoiras.
Como forma de reconhecimento e pagamento de promessas, diversas instituições militares no Brasil e em Portugal fizeram de Santo Antônio um oficial póstumo — inclusive com recebimento de salário, repassado para algum convento. Sua maior patente foi de coronel, feito pelo governador da capitania de São Paulo em 1767.
Ninguém sabe ao certo de onde veio a fama de santo casamenteiro. Em vida, ele desaconselhava a prática de casamentos arranjados. Com o passar dos séculos, ele passou a ser requisitado em simpatias e orações por aqueles em busca de um bom casamento.
Nascido em 1984 na cidade de Taquarituba (SP), o escritor e jornalista Edison Veiga trabalhou na revista Veja São Paulo e no jornal O Estado de S. Paulo.
A partir de 2018, passou a colaborar com veículos como Deutsche Welle, BBC, Radio France Internationale, Vice, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, UOL, entre outros. Além deste, já publicou sete livros. Atualmente mora em Bled, na Eslovênia.
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