Urna funerária em que vinho mais antigo do mundo foi descoberto, na Espanha - Divulgação/Journal of Archaeological Science: Reports
Arqueologia

Conheça o vinho mais antigo já descoberto na história

Em 2019, uma família se surpreendeu ao descobrir, durante reforma, um antigo túmulo romano intacto; ali, havia ainda um raro vinho de 2 mil anos

Éric Moreira Publicado em 20/08/2024, às 10h02

Em 2019, durante obras em uma residência do município de Carmona, na província de Sevilha, no sul da Espanha, uma família se surpreendeu ao descobrir uma tumba funerária romana de 2 mil anos praticamente intacta. Porém, após explorar o interior do espaço, algo ainda mais impressionante foi descoberto: aquele que pode ser considerado o vinho mais antigo do mundo.

A descoberta, divulgada no Journal of Archaeological Science: Reports, foi feita por pesquisadores da Universidade de Córdoba. O mais impressionante do achado é o fato de que o vinho foi preservado por dois milênios, e encontrado ainda em estado líquido, dentro de um frasco de vidro em uma urna funerária.

Vale mencionar que ainda foram encontrados na tumba, que era esculpida em rocha — o que possibilitou que ela ficasse escondida e, portanto, livre de saqueadores —, os restos mortais quebrados de um homem, um anel de ouro decorado e um pequeno frasco contendo um perfume também de 2 mil anos atrás, com aroma de patchouli.

Isso sem mencionar que havia oito nichos funerários na tumba, com seis urnas. Em duas delas, foi possível identificar os nomes "Hispanae" e "Senicio".

Vinho mais antigo

Hoje, muito se diz sobre "quanto mais antigo, melhor o vinho", então obviamente muitos podem se perguntar: o vinho descoberto na Espanha ainda pode ser ingerido?

Antes, é preciso pontuar que a bebida em questão — foi encontrado 5 litros, ao todo — se trata de um vinho branco; mas que, após dois mil anos de reações químicas, sem contar que está misturado às cinzas de um homem e a um anel de ouro, obteve uma coloração marrom avermelhada.

Urna funerária com vinho descoberta na Espanha / Crédito: Divulgação/Juan Manuel Román
Túmulo descrito na descoberta / Crédito: Divulgação/Juan Manuel Román
Frasco de vidro e urna funerária em que vinho foi encontrado / Crédito: Divulgação/Juan Manuel Román
Vinho-branco dentro do recipiente / Crédito: Divulgação/Juan Manuel Román

 

Mas mesmo com a aparência estranha, os pesquisadores ainda garantem que o vinho não possui nada de tóxico, segundo uma análise microbiológica. Ele só possivelmente não seria muito saboroso — ninguém ousou provar a bebida, conforme repercute o The Guardian —, ainda mais se pensando nas cinzas ali misturadas, que podem ter trazido um amargor adicional à fórmula.

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