Os notórios rituais da civilização prometiam o reencontro do corpo com o espírito
Luise de Oliveira Rodrigues Publicado em 10/07/2020, às 08h00
Na História, o pós-morte sempre esteve cercado de mistérios e questões. O povo egípcio era muito ligado aos rituais funerários, com os quais demonstrava a importância que dedicava à conservação dos corpos e como isso era fundamental para que esses corpos realizassem uma boa passagem para o mundo dos mortos.
A preparação dos egípcios para a viagem para o além começava cedo. Era essencial ter consigo uma cópia do Livro dos Mortos, uma série de encantamentos que auxiliariam o morto a chegar com segurança ao julgamento de Osíris (deus da mitologia egípcia associado à vegetação e à vida no além).
Mesmo peso
Era Osíris que julgava o morto ao pesar seu coração na balança da Justiça, com a pena de Maat, a deusa da Verdade, da Justiça, da Retidão e da Ordem. O coração tinha que ter o mesmo peso que a pena.
Se fosse mais pesado, o morto seria devorado por um monstro horrendo, mas, se tivesse o mesmo peso, ele havia sido uma boa pessoa, então desfrutaria de todos os privilégios do além.
Os egípcios acreditavam que passar pelas divindades e pelo processo da pesagem do coração não era uma tarefa fácil se o falecido não estivesse preparado.
Com a mumificação – que incluía o processo de secagem do corpo com natrão (um mineral composto por carbonato de sódio hidratado), retirada do cérebro pelo nariz, remoção de alguns órgãos, enfaixamento com tiras de linho e goma e enterrar no sarcófago –, os egípcios confiavam que o morto realizaria uma viagem tranquila no pósmorte, uma vez que teria um corpo para onde retornar.
Eles também identificavam o nome do falecido no ataúde, porque acreditavam que a alma (Ba, para eles) não teria para onde voltar e ficaria “perdida” caso a identificação fosse incorreta ou o nome fosse apagado. Toda a população, teoricamente, tinha acesso à mumificação, da mais luxuosa à mais simples.
E todos os tipos tinham seu valor perante os deuses. As tumbas mais luxuosas
mostram com riqueza de detalhes como se davam os rituais, que além do processo da mumificação havia a chamada “cerimônia de abertura da boca”. Objetos como os vasos canopos, muletos, shawabtis, esquifes, entre outros, eram presença obrigatória nos cerimoniais.
Deuses específicos
Nos vasos canopos eram guardadas as vísceras, e cada vaso correspondia a um deus específico, assim como o órgão depositado nele.
No sarcófago o corpo do falecido seria depositado após um processo de 70 dias de mumificação. Nesse método, as feições do rosto do falecido deviam ser preservadas, tudo para que a alma achasse o corpo mais facilmente. Os shawabtis eram pequenas estatuetas em forma humana depositadas na tumba.
Elas representavam empregados e sua função era trabalhar para o morto no além (segundo os egípcios, “já que trabalhamos arduamente durante toda uma vida, por que necessitamos trabalhar no além igualmente?”).
Além da balança da Justiça, o morto também passava pela Confissão Negativa, texto presente no Livro dos Mortos, que deveria ser recitada diante dos deuses na Dupla Sala da Verdade e Justiça. Daí a importância do coração como peça-chave no julgamento dos mortos e a preocupação em preservá-lo tão ardentemente. Para chegar bem ao outro lado, ele precisava ser puro e limpo.
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