Quando o líder comunista foi preso, uma campanha passou a advogar pela liberdade de Luís Carlos Prestes
Redação Publicado em 22/07/2021, às 13h53
No início dos anos 1930, o nazifascismo, que crescia na Alemanha e na Itália, atraía um grande número de simpatizantes em muitos países do mundo.
A reação a esse ideário também surgiria, rápido, por aqui. A mais importante e organizada delas foi a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Criada oficialmente em 1935, a organização era formada por uma salada de posicionamentos políticos: democratas, intelectuais de esquerda, os antigos tenentes e operários.
Entre as principais ações da Aliança estavam manifestações de rua e agressões aos integralistas. Chamando a atenção dos brasileiros na época, a ANL angariava simpatias e adesões importantes.
Ela foi, inclusive, vista pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) como uma preciosa oportunidade política. Com o notório comunista Luís Carlos Prestes à frente, o partido acreditou ter chegado a hora de tomar o poder com o uso da força.
Em uma das inúmeras manifestações da Aliança, foi lido um manifesto de Prestes que propunha que a ANL assumisse o poder. Getúlio Vargas reagiu imediatamente ordenando o fechamento da organização. O líder de esquerda estava apenas começando a incomodar o autoritário político.
Tenentes e comunistas ainda tentaram uma cartada e patrocinaram um levante em Natal (RN), que dominou a cidade por quatro dias. A 'Intentona Comunista', como ficou conhecida, foi uma tentativa de tomada de poder em novembro de 1935 e aconteceu em outras cidades como Recife e Rio de Janeiro.
Foi apenas na capital do Rio Grande do Norte que vingou a curta experiência comunista. Após um levante militar ocorrido no Batalhão do Exército, a capital potiguar caiu nas mãos dos rebeldes, que destituíram os governantes locais dos seus cargos e assumiram o poder.
Com as ações intermináveis contra o governo, Prestes seria preso em 5 de março de 1936. Passou o primeiro ano incomunicável, sem ter notícias de parentes, amigos ou companheiros de partido e, da sua cela, ouvia presos sendo torturados e até assassinados.
Sua estatura internacional o livrou de brutalidades físicas, mas a falta de notícias de sua esposa, Olga Benário, presa pela Gestapo e grávida, era uma cruel tortura mental. Conduzida principalmente por sua mãe, Leocádia, uma campanha internacional pressionava o governo exigindo sua liberdade.
Na Alemanha Nazista, Olga teve toda a comunicação com o marido cortada enquanto estava na prisão feminina de Barnimstrasse. Quando deu luz à uma menina, decidiu fazer uma homenagem à sogra, nomeando a criança de Anita Leocádia, com o segundo nome em referência à mulher que estava fazendo de tudo para libertá-los.
Vivendo no México e sem nunca mais ter visto o filho, Leocádia faleceria em junho de 1943, dois anos antes da libertação de Prestes. A notícia aumentou ainda mais a dor do líder comunista, que ainda ignorava que, um ano antes, Olga havia sido morta em uma câmara de gás na Alemanha.
Com a ditadura militar, o comunista não deixou de ser perseguido politicamente e foi condenado a 30 anos de prisão, sendo obrigado a se exilar na União Soviética. Ele só pôde retornar ao Brasil com a Lei da Anistia, em 1979, e permaneceu ligado aos seus ideais, mas sem estar filiado a algum partido.
Morreria em 7 de março de 1990 após ter sido internado em uma clínica na cidade do Rio de Janeiro devido à insuficiência renal e princípio de desidratação. Os problemas de saúde acabaram por levar o esquerdista, que conseguiu, no dia de sua morte, o registro oficial do Partido Comunista Brasileiro (PCB), pelo qual lutou tanto, concedido pela Justiça Eleitoral.
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