Para levar a revolução ao continente, o socialista visitou sua família pela última vez disfarçado e se decepcionou com a falta de homens e armas na selva boliviana
Redação Publicado em 10/11/2020, às 16h19
Depois da Revolução Cubana, o território latino-americano convulsionou. Os países começaram a se dividir em uma espécie de tabuleiro da Guerra Fria: alguns eram parceiros dos Estados Unidos enquanto outros, da União Soviética.
Che Guevara havia sido um dos principais responsáveis por consolidar a mudança brusca de governo na ilha caribenha. Para ele, porém, a revolução deveria seguir seu curso para mais territórios no continente — e foi exatamente isso que ele se propôs a fazer. Nesse momento, porém, ele já era perseguido pela oposição.
Da ida à Bolívia à sua captura, separamos 5 curiosidades sobre os dias finais de Che Guevara até o fuzilamento. Confira!
1. Espalhar a revolução
Com a vitória dos revolucionários em Cuba em 1959, Che, Fidel e Raúl Castro estavam certos de que o movimento deveria continuar em todo o continente. Decidiram, então, que os ideais deflagrados na ilha seriam levados para outros países, especialmente por Guevara.
Em 1965, o socialista foi para o Congo para colaborar com a revoltas no país. No entanto, as coisas não foram como ele esperava e, sem sucesso, retornou à América Latina para ajudar, dessa vez, com os camaradas da Bolívia. Raúl, então comandante das Forças Armadas de Cuba, convocou homens para ir até o território.
2. Última visita à família
Ser um homem da revolução era uma tarefa difícil, especialmente para aqueles que tinham que deixar suas famílias. Che era um destes e sua situação era ainda mais delicada, porque, sendo perseguido por soldados dos Estados Unidos, poderia acabar colocando seus parentes em risco.
Assim, quando já estava decidido que ele iria para a Bolívia, o revolucionário fez uma última visita à sua família em outubro de 1966. Em Havana, ele jantou com suas filhas, mas não como seu pai: ele foi disfarçado, apresentado a elas como tio Ramón, para protegê-las. Elas ficariam sabendo que aquele foi o último encontro com o pai apenas depois de sua morte.
3. Disfarce
O disfarce não foi usado por Che somente naquela ocasião. Com seu nome constantemente na boca do inimigo, ele teve que usar quase uma fantasia durante seu trajeto para a Bolívia. Foi como o diplomata Adolfo Mena González que o argentino chegou no de La Paz em 3 de novembro de 1966.
Algumas das artimanhas usadas por ele para passar despercebido pela CIA foram uma prótese dentária, um sapato com solado alto, chapéu, óculos e uma corcunda feita com enchimento no paletó. Ele era apenas mais um homem calvo e barrigudo que tentava entrar no país sul-americano.
4. Poucos homens
Che escreveu em seu diário que o plano era instalar a guerrilha na selva, na fronteira entre a Bolívia e o Brasil. “É possível pressionar três ou quatro países e, aproveitando as fronteiras e as florestas, você pode trabalhar as coisas para nunca mais ser pego", narrou. Na região do rio Ñancahuazú, ele encontrou o local que abrigaria seus homens.
No entanto, a situação era muito mais complicada que ele imaginava. Ao chegar na região, anotou no seu caderno: “Não tenho os homens e as armas que esperava”. O Partido Comunista Boliviano não havia dado ajuda suficiente para a ação, mas o socialista trabalhou com o que tinha e, durante meses, treinou os militares.
5. Emboscada
Embora tivessem se preparado, eles não poderiam esperar que tudo terminaria por meio de uma emboscada. Os guerrilheiros contavam com muitas baixas e estavam divididos, mas conseguiram chegar até a região próxima da vila de La Higuera. Lá, no dia 7 de outubro de 1967, o grupo se deparou com uma senhora que passeava com sua filha.
Eles deram 50 pesos a ela, como pedido para ela não os denunciasse aos militares. A tentativa não deu em nada, porque ela logo os delatou e, no dia seguinte, o Exército bloqueou as rotas de fuga dos revolucionários. Encurralados na garganta de Yuro, com 300 metros de comprimento e menos de 50 metros de largura, esse era o fim dos guerrilheiros.
Naquele momento, um tiroteio acabou matando parte do grupo. Che já estava derrotado, mas foi levado para uma escola no vilarejo e interrogado. No dia seguinte, morreu com oito tiros dados pelo sargento Mario Terán Salazar.
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