Família real britânica - Getty Images
Família real

15 regras inusitadas que os membros da família real precisam seguir

Desde normas de etiqueta até expectativas de comportamento, as diretrizes passadas entre gerações são essenciais para continuidade da tradição real

Luiza Lopes Publicado em 24/10/2024, às 18h00

A vida da realeza britânica é regida por um conjunto rigoroso de regras e tradições que moldam suas interações sociais e a imagem da monarquia.

Desde normas de etiqueta até expectativas de comportamento, essas diretrizes são essenciais para continuidade da tradição real. A seguir, confira 15 das regras mais estranhas que a realeza precisa seguir.

1. Balança no Natal

Uma das tradições mais peculiares da família real britânica é conferir o peso de seus membros antes e depois do jantar de Natal. Essa prática, que remonta aos tempos do rei Edward VII, visa garantir que os convidados se alimentem bem durante as festividades.

O ato de pesar-se serve como um indicativo de que todos desfrutaram da refeição. Essa tradição foi satirizada no filme "Spencer", onde a princesa Diana (Kristen Stewart) expressa seu descontentamento com a situação.

Família real celebra o Natal na propriedade Sandringham em Norfolk, Inglaterra, em1988 / Crédito: Getty Images

2. Banco Imobiliário

Um dos aspectos mais inusitados da vida real é a suposta proibição da finada rainha Elizabeth II sobre o jogo Banco Imobiliário. De acordo com relatos, o jogo gerava uma competição excessiva entre os membros da família, o que levou a monarca a desencorajar essa prática em casa.

O Express relatou que o príncipe Andrew, ao receber um tabuleiro de Banco Imobiliário como presente, negou-se a aceitá-lo, reafirmando a regra familiar.


3. Neutralidade política

A realeza britânica deve permanecer politicamente neutra, o que inclui a abstenção de votar em eleições. Embora o ato de votar não seja tecnicamente ilegal, é considerado inconstitucional para o monarca.

Esta regra é seguida rigorosamente, com o palácio frequentemente negando relatos de membros da família expressando opiniões políticas publicamente.


4. Consentimento para casar

 Succession to the Crown Act de 2013 estabelece que os primeiros seis na linha de sucessão não podem se casar sem a autorização do monarca. Esse consentimento deve ser formalizado através de um documento escrito, que inclui detalhes sobre os noivos.

Um exemplo notável foi o consentimento da rainha Elizabeth para o casamento do Príncipe William e Kate Middleton, que foi cuidadosamente elaborado e selado.

Casamento de príncipe William e Kate Middleton em 2011 / Crédito: Getty Images

5. Uso de preto

Tradicionalmente, membros da realeza só devem vestir preto em momentos de luto. Essa norma reflete a ideia de que a cor é associada ao luto e deve ser reservada para funerais.

No entanto, a princesa Diana desafiou essa convenção ao usar um vestido preto em seu primeiro compromisso real após ficar noiva de Charles.

Diana falou sobre a escolha durante uma entrevista para sua biografia em 1991, alegando que Charles a viu com o vestido e exclamou: "Só pessoas de luto usam preto!"

Apesar da restrição de usar preto em público, os membros da realeza são obrigados a levar uma roupa preta sempre que viajam. Essa precaução garante que estejam preparados para qualquer eventualidade, como comparecer a um funeral inesperado.

Acredita-se que a prática tenha sido inspirada pela experiência da rainha Elizabeth, que ficou sem vestuário adequado ao receber a notícia da morte de seu pai, o rei George IV, enquanto estava de férias na África.


6. Chapéus e tiaras

As mulheres da família real têm uma tradição de usar chapéus em eventos formais, que data de antes da década de 1950. "Até a década de 1950, as mulheres raramente eram vistas sem chapéu, pois, não era considerado 'certo' que mulheres exibissem o cabelo em público. Mas tudo isso mudou e os chapéus agora são reservados para ocasiões formais”, explicou Diana Mather, uma tutora sênior do The English Manner, à BBC.

Hoje, os chapéus se tornaram mais uma forma de arte e expressão pessoal, como o caso do fascinator rosa em formato de pretzel usado pela princesa Beatrice no casamento de William e Kate em 2011.

Princesa Beatrice utiliza chapéu inusitado para casamento de William e Kate / Crédito: Getty Images

 

Já a tiara é um acessório reservado para eventos formais noturnos, sendo uma regra tácita que limita seu uso a ambientes fechados após as 18h. Essa norma ressalta a transição das vestimentas diurnas para as noturnas e é uma forma de respeitar a etiqueta real. 


7. Autógrafos

Os membros da realeza não podem oferecer autógrafos, uma medida de segurança para evitar falsificações. O príncipe Charles, por exemplo, quebrou essa regra ao dar um autógrafo a vítimas de enchentes em 2010, mas tal ato é visto como uma exceção e não como uma prática comum.


8. Esmaltes escuros

A finada rainha preferia que as mulheres da realeza usassem apenas esmaltes claros, como nude ou rosa, e essa norma ainda é um assunto de discussão entre os membros da família. Embora frequentemente desafiada, a preferência por cores mais discretas continua sendo uma expectativa.

A princesa Diana e o 'vestido da vingança' - Getty Images

 

Diana, por exemplo, frequentemente usava esmalte vermelho em público — inclusive no mesmo dia em que usou seu famoso “Vestido de vingança” preto em 1994.


9. Voos separados

Para garantir a segurança da linha de sucessão, foi estabelecido que dois herdeiros diretos do trono não podem viajar juntos em um avião. Essa medida preventiva visa minimizar os riscos em caso de acidentes, o que significa que o rei Charles e o príncipe William, por exemplo, devem voar separadamente.


10. Restrições alimentares

Os membros da realeza devem evitar frutos do mar ao comer fora devido ao alto risco de intoxicação alimentar. A família também é aconselhada a não pedir carne malpassada, beber água da torneira em países estrangeiros e comer alimentos muito apimentados.


11. Etiqueta do jantar

Durante as refeições, a etiqueta exige que os convidados imitem o comportamento do monarca. Isso inclui terminar de comer assim que ele o faz, por exemplo, repercute a CBS News.

Membros da realeza que usam batom também devem se preocupar em não borrar a maquiagem ao beber. Outra etiqueta de jantar para a realeza inclui segurar os talheres nas mãos corretas (faca na mão direita, garfo na esquerda) e falar apenas com as pessoas sentadas  ao seu lado.


12. 'Espelhar' a rainha 

É considerado inadequado que membros da realeza se retirem para dormir antes do monarca. De acordo com Sir William Heseltine , ex-secretário particular da rainha, a princesa Diana achava isto"agonizante". 

A princesa Diana - Getty Images

 

"Havia uma hora ou mais na sala de estar com todos sentados conversando. E Diana era levada a tais extremos que pedia licença e ia para a cama, o que era considerado um péssimo hábito, ir para a cama antes da rainha”, contou.


13. Direção

A Rainha Elizabeth II era a única pessoa no Reino Unido isenta da necessidade de ter uma carteira de motorista. Ela também não precisava de placas em seus veículos, uma exceção única à norma, que reflete seu status e posição na sociedade britânica.


14. Presentes

A realeza tem muitas regras quando se trata de dar e receber presentes, desde as pessoas de quem eles devem recusar 'mimos' até o valor monetário dos presentes que podem manter.

Mas, independentemente do presente, todos os itens devem ser inseridos em um registro. De acordo com a  política de presentes da Casa Real , "Presentes oficiais devem ser reconhecidos sempre que possível, registrados e rastreáveis ​​em todos os momentos."

Manter um registro de cada presente que recebido parece tedioso, mas os registros geralmente geram conversas interessantes.

O Palácio de Buckingham frequentemente divulga uma lista de presentes oficiais que a família real recebe a cada ano, e as entradas são surpreendentes, para dizer o mínimo. Alguns dos itens mais estranhos incluem um rifle automático, 12 caixas de mangas, uma tese de doutorado e preguiças vivas do Brasil.


15. Apertos de mão

De acordo com Grant Harrold , diretor da Royal School of Etiquette, os membros da família real aprendem o aperto de mão perfeito desde cedo: "Um aperto de mão real deve consistir de dois a três movimentos, com as palmas das mãos abertas e os polegares para baixo."

Já os plebeus nunca devem tomar a iniciativa de apertar a mão de alguém da realeza — ao menos que eles o façam.

O príncipe William aperta a mão de crianças após sua visita à St. Michael's Church of England High School em Rowley Regis / Crédito: Getty Images

 

Leia também: As comidas que os membros da família real não podem comer em público

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