Com uma escrita forte e envolvente, O processo, de Franz Kafka foi publicado originalmente em 1925 e denuncia o sistema burocrático da época
Franz Kafka (1883-1924) nasceu em Praga — parte do Império austro-húngaro na época — e falava tcheco, mas todas as suas obras foram escritas em alemão — língua materna de sua família. Considerado um dos escritores mais influentes da Literatura do século 20, Kafka era formado em direito e trabalhou em uma companhia de seguros.
Com o tempo reduzido, o autor lamentou durante toda a vida não ter tido mais tempo para escrever. Antes de morrer, Kafka pediu a seu amigo Max Brod, que destruísse todos os seus manuscritos. No entanto, Brod recusou esta ordem e posteriormente publicou as obras de Kafka.
Considerado um dos principais romances do escritor tcheco, O processo foi publicado em 1925, um ano após a morte do autor. Mais de meio século depois, este clássico é lançado no Brasil pela Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro.
Esta obra trata-se de uma crítica direta à burocracia da época. Para exemplificar e denunciar este sistema, Kafka utiliza a história absurda do bancário Josef K., que em seu aniversário de 30 anos, é preso e julgado por um crime que nem ao menos sabe qual é.
O homem é denunciado por um desconhecido e passa a lutar contra a opressão das autoridades que o ameaçam e chantageiam a todo instante — sem apresentarem um embasamento legal sobre a investigação. Esta obra é repleta, ainda, de reviravoltas, mentiras, desinformação, injustiça, perseguição e desconfiança, que desmotivam o protagonista a continuar lutando por justiça.
Por meio de uma escrita forte e envolvente, O processo trata-se de uma demonstração inequívoca da potência literária de Franz Kafka, sendo considerado um romance atual e atemporal, mesmo após quase um século desde a sua publicação original. Esta edição contém, ainda, a ilustração de capa feita pelo artista plástico curitibano DW Ribastki, autor da renomada graphic novel Campo em branco.
Confira um diálogo disponível em O processo (2020), disponível em pré-venda na Amazon:
"[...] — Temo que vá acabar mal. Consideram-no culpado. Talvez seu processo nem saia da instância final, pelo menos, no momento consideram sua culpa provada.
— Mas eu não sou culpado. — defendeu-se K. — É um engano. Como pode um ser humano ser culpado? Somos todos humanos, tanto uns quanto outros.
— É verdade — assentiu o sacerdote, — mas assim falam os culpado." (P.177)