Algumas das personalidades presentes no mais famosos acidente marítimo da história chamam atenção por histórias únicas
Victória Gearini // Atualizado por Wallacy Ferrari Publicado em 14/04/2021, às 09h00 - Atualizado em 23/06/2023, às 13h19
A histórica noite de 14 de abril de 1912 foi capaz de causar uma mancha na história da humanidade devido ao trágico trajeto que o navio RMS Titanic, da White Star Line, tomou para sair da Inglaterra, 4 dias antes, rumo aos Estados Unidos. Durante a viagem, tentou desviar de um iceberg, resultando uma grave obstrução estrutural que rendeu milhares de mortes numa mesma madrugada.
Contudo, algumas das personalidades que fizeram parte desse episódio sombrio da humanidade tiveram suas histórias menos propagadas ao longo das quase dez décadas da tragédia — mas chamam atenção por suas trajetórias de vida e, principalmente, atuação e empenho pela sobrevivência em meio ao caos no mar. Por isso, o site Aventuras na História listou algumas das personalidades não tão conhecidas da ocasião.
Confira abaixo 5 fatos de passageiros esquecidos no naufrágio do Titanic:
Membro de uma das famílias mais ricas do mundo, o bilionário viajou junto de Madeleine Talmage Force, a então esposa — que estava na reta final de uma gravidez. A viagem foi feita para que, em breve, o filho nascesse em Nova York. Porém, os planos do passageiro mudaram; ele presenciou o choque e rapidamente avisou a esposa para se vestir com o máximo de roupas quentes e levar joias.
Contudo, ao conduzi-la ao convés e orientar outros passageiros das cabines vizinhas, ele não pôde acompanhar a esposa em um dos botes salva-vidas, pela prioridade de mulheres e crianças. Com isso, foi visto pela amada pela última vez fumando um cigarro e aguardando mais um barco, que nunca ocorreu, visto que faleceu na embarcação.
Se John Jacob não conseguiu, Madeleine foi resgatada, no dia seguinte, pelo navio-irmão RMS Carpathia; na época com apenas 18 anos, ela estava no quinto mês de gestação, garantindo uma vaga no quarto bote devido a uma pulseira de prioridade, levando também sua empregada e enfermeira no barco salva-vidas.
Ela conseguiu concluir o trajeto e realizar o desejo do falecido companheiro; o filho nasceu em Nova York e chegou a ser registrado com o mesmo nome que o pai, mas foi apelidado pela imprensa como “bebê do Titanic”.
Nos anos seguintes, enfrentou uma briga com a família do ex-marido por engatar um novo relacionamento com o amigo de infância William Karl Dick, perdendo o amparo financeiro. Ainda teve dois filhos com ele e, anos depois, ainda casou novamente em 1935 com o ator Enzo Fiermonte, falecendo cinco anos depois, aos 46 anos, vítima de uma doença cardíaca
O trabalhador humilde conseguiu uma vaga na embarcação para compor a tripulação com sua experiência de marinheiro. Prestes a dormir, foi ele quem notou a infiltração de água nos andares inferiores do navio, onde ficavam os funcionários e passageiros de baixa renda. Com isso, subiu ao convés e ajudou na condução de mulheres e crianças aos botes até conseguir uma vaga.
A sonhada salvação veio no 13º barco, sendo enfrentando a noite gelada e sendo resgatado pela manhã. Ele testemunhou na investigação do caso e, anos depois, ainda serviu na Primeira Guerra Mundial, a bordo do britânico RMS Lusitania. Curiosamente, o navio também naufragou, devido a um ataque de um submarino alemão — mas George se safou com vida, novamente. Morreu trabalhando em navios, aos 1965, com 77 anos de idade.
Com a perda da mãe e pai ainda na infância, o rapaz ingressou nas viagens marítimas com apenas 13 anos de idade e, com isso, presenciando diversas situações adversas nos mares. Dessa maneira, conquistou a confiança da White Star Line e foi escalado como segundo-oficial no projeto do RMS Titanic, sendo escalado na noite da colisão com o iceberg.
Charles estava prestes a dormir quando foi orientado a dar preferência a mulheres e crianças — antes que os botes atingissem lotação máxima. O oficial foi um dos últimos tripulantes a deixar o navio, sendo resgatado pelo RMS Carpathia. Após o acidente, foi convocado a depor nas investigações, mas defendeu a empresa. Mais tarde, atuou na Primeira e Segunda Guerra Mundial, e, no final da década de 1930, escreveu uma autobiografia. Veio falecer em 1952, aos 78 anos de idade.
Apelidado de “foguista inaufragável”, o tripulante também conseguiu sobreviver — mas não apenas ao Titanic; no ano anterior, em 1911, sua primeira viagem com a White Star Line resultou na colisão com o HMS Hawke. No Titanic, a colisão foi com um iceberg, mas ele conseguiu se safar ao escapar pelo 15º bote salva-vidas. Após os episódios, foi acolhido pela empresa para ser recolocado no mercado de trabalho.
Com isso, passou para a Royal Mail Steam, no RMS Alcantara — derrubado durante uma batalha na Primeira Guerra. Por fim, em 1916, o último navio que participou colidiu com uma mina explosiva. Toda a fama de “para-raios” resultou em sua aposentadoria dos mares, visto que não conseguia empregos. Voltou para sua cidade natal, onde faleceu em 1937 aos 49 anos de idade, vítima de uma pneumonia.