Com uma mentira bem arquitetada, a espanhola conseguiu enganar tanto a mídia quanto pessoas que haviam sobrevivido ao histórico atentado
O atentado ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001, deixou 3 mil pessoas mortas e milhares de famílias desesperadas. O fatídico dia entrou para a História e mudou para sempre a política internacional dos Estados Unidos.
Dos 20 mil sobreviventes, 19 deles podem se considerar os mais sortudos, pois, eles estavam no ponto específico ou acima do local de maior vulnerabilidade, onde os aviões fizeram o maior estrago.
Entre esses indivíduos que nasceram de novo e ganharam uma segunda chance, uma mulher chamou mais atenção do que todos os outros: a espanhola Tania Head. Afirmando estar no 78º andar da Torre Sul, a mulher disse que uma das aeronaves se chocou com sua localização, matando todos que estavam lá, exceto por ela.
Head, que rapidamente ficou famosa na mídia, começou a contar sua história de sobrevivência e detalhes de sua saga. Seu noivo, Dave, tinha morrido na Torre Norte, o que segundo ela, lhe causara imensa dor.
Ela dizia ter sido resgatada por Welles Crowther, que veio a óbito tentando ajudar outras pessoas. Em determinado momento, um homem em seus momentos finais lhe entregara um anel de casamento, que deveria ser levado até sua esposa viúva.
Palestrando em diversos eventos e guiando visitas ao W.T.C. Visitor Center, Tania falava ao lado de políticos de Nova York, como o ex-prefeito Rudy Giuliani e o ex-governador George Pataki: “Eu estava nas torres. Sou uma sobrevivente. Vou contar a história a vocês”.
A farsa do 11 de setembro
A história de sobrevivência e superação de um trauma levou Head para a mídia americana, até que anos depois, em 2007, inconsistências começaram a aparecer em seu relato. O jornal The New York Times foi o responsável por averiguar se a narrativa da espanhola realmente fazia sentido.
Em um artigo de aniversário do atentado, o famoso jornal americano estava preparando uma matéria especial sobre os sobreviventes, para isso entrou em contato com Tania para confirmar alguns aspectos de sua vida. As primeiras mentiras constatadas foram sobre os supostos diplomas universitários.
A mulher dizia ter uma graduação em Universidade de Harvard e uma pós-graduação na Universidade de Stanford. Entretanto, ambas as faculdades negaram a existência de uma aluna com o nome averiguado.
A próxima farsa revelada foi sobre o emprego da espanhola, ela dizia trabalhar na empresa Merrill Lynch, na Torre Sul, porém, a companhia não tinha escritórios no complexo de edifícios na época da tragédia — muito menos possuíam registros de Tania no banco de dados.
Depois das falsas alegações virem à tona, a família de Dave também se pronunciou, alegando que o homem nunca manteve um relacionamento com Head, na realidade, ele nem a conhecia.
Assustada com a verdade sendo revelada, a mentirosa sobrevivente do World Trade Center passou a desmarcar entrevistas e evitar qualquer aparição na mídia. Membros da Rede de Sobreviventes do atentado revogaram seu título como diretora e presidente do grupo oficialmente. Foi quando outro jornal apresentou ainda mais detalhes sobre a mentira arquitetada.
Alicia Esteve Head
Em um artigo, o jornal diário de Barcelona, La Vanguardia, publicou o paradeiro de Tania no trágico 11 de setembro. A mulher, além de se chamar, na verdade, Alicia Esteve Head, assistia aulas na instituição educacional Esade enquanto dois aviões colidiam com as torres de Manhattan.
Colegas de classe confirmaram que ela frequentou as aulas até junho de 2002, mas sempre mencionava o sonho de trabalhar em Nova York. Até o ano de 2003, Alicia jamais tinha sequer pisado em solo americano; ela mantinha um trabalho na Hovisa, uma empresa da Espanha.
Após toda a verdade ter sido exposta para o mundo, Head desapareceu, não frequentou palestras ou deu chance para que a mídia pudesse interrogá-la e entender o motivo de todas aquelas mentiras alucinantes.
No ano seguinte, em 2008, a Rede de Sobreviventes recebeu um e-mail informando que Tania havia se suicidado, apesar disso, ninguém sabia se era possível acreditar em qualquer coisa relacionada a ela.
A última vez que ela foi vista foi em 2011, em um passeio pela cidade de Nova York com sua mãe. Até hoje, nove anos depois, tanto seu paradeiro, quanto seus motivos para inventar uma vida de fantasia, permanecem um mistério.
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