Depois de ter realizado o feito, não se contentou e repetiu a dose de adrenalina em um dos cartões postais do Canadá
Uma das cenas mais memoráveis do desenho Pica Pau apresenta o carismático personagem cai das Cataratas do Niágara dentro de um barril. Por mais fantasioso e caricato que seja a ação, muitas pessoas se lançaram no local da mesma maneira. Todavia, uma dessas pessoas repetiu o ato.
Steve Trotter, aos 22 anos, trabalhava como barista na sua cidade natal, Barrington, nos Estados Unidos, quando teve a ideia de fazer o mesmo que o personagem icônico. Munido de dois barris de madeira, colados ponta a ponta, ele estava decidido a descer a encarar as Cataratas e se tornar a pessoa mais jovem a cumprir o feito.
Plano adiado
Na manhã de 16 de agosto de 1985, ele começou a se preparar para entrar no curso de água que levava até a gigantesca queda, quando um grupo de policiais o impediu de entrar no rio. As autoridades canadenses levaram Trotter de volta para a fronteira com os Estados Unidos. Assim, ele foi solto e conseguiu retornar para casa. Como consequência, a primeira tentativa de Steve falhou.
Apesar do fracasso inicial, o corajoso dublê não desistiu. Dois dias depois resolveu tentar mais uma vez a partir de um ponto distante no curso do rio que termina na Horseshoe Falls (Queda da Ferradura, em tradução livre), uma das principais do circuito turístico das Cataratas do Niágara. Um grupo de 11 pessoas o ajudou nessa tarefa, lançando o barril que o carregou 400 metros até a queda.
Sem ter as autoridades para o impedir dessa vez, os barris aguentaram o tranco da queda de mais de 50 metros, e Steve saiu sem nenhum arranhão. Isso porque a estrutura de sua cápsula foi reforçada com fibra de vidro e madeira balsa para fazer com que boiasse quando atingisse o final da queda e ainda câmaras de ar presentes em pneus de caminhão, para absorver o impacto.
Com tudo isso, Trotter se tornou a pessoa mais jovem a sobreviver a queda, e o primeiro americano em 25 anos a descer as Cataratas utilizando um barril. Para sair de dentro dos itens, o rapaz improvisou uma espécie de trava presente em escotilhas de submarinos, além de contar com tanques de oxigênio, colete salva-vidas e lanternas e rádios. Apesar da ideia insana, ele se preparou adequadamente.
A multa para a ação foi de apenas 500 dólares, por “performar ilegalmente no parque”. Isso foi pouco comparado com a repercussão do ato, após aparecer em dois grandes programas de televisão dos Estados Unidos, o Good Morning America e o Tonight Show.
A foto que ele tirou na frente da queda foi publicada na Revista Time, além de ser capa do USA Today e inúmeros outros jornais.
Segunda queda
Isso tudo, porém, não foi o suficiente para o rapaz. Em 1995, ele voltou a fazer sua histórica queda, dessa vez acompanhado da mulher Lori Martin — que se tornou a primeira mulher a concretizar o ato desde 1901.
Dessa vez, um tanque de oxigênio que duraria uma hora e meia foi utilizado, dando ar aos barris de metal novamente unidos. Além disso, com os anos passados, já não era tão resistente quanto a primeira vez, fraturando a coluna de maneira leve, além de ter sido preso por duas semanas, e recebendo uma multa de 14.700 dólares do parque.
Outras acrobacias
Duas acrobacias do dublê chamaram atenção. A primeira aconteceu em 1985, quando Steve se pendurou no vão central da Golden Gate, em San Francisco, por uma corda de 54 metros, se lançando para um ponto a outros 54 metros de distância e saltando da ponte.
O movimento, que quebrou recordes mundiais como o maior já feito no chamado balanço Tarzan, por causa do personagem que se agarrava em cipós. O recorde rendeu a Trotter um tempinho na cadeia, além de uma multa por invasão.
Já o segundo desafio não acabou nada bem. Tentando recriar o balanço Tarzan em outra ponte, dessa vez na Sunshine Skyway Bridge, na Flórida, o cabo que estava pendurado com outras quatro pessoas rompeu enquanto eles faziam o percurso de um lado até o salto.
Com o rompimento, caíram de uma altura de 21 metros na baía da cidade de St. Petersburg. Trotter e seu amigo Jeff escaparam sem grandes ferimentos, já Lori — a mesma do barril — quebrou uma vértebra do pescoço, e teve que receber ressuscitação cardiopulmonar dos companheiros, enquanto a ajuda não chegava. O outro integrante do grupo, Gleen Rohm, acabou tendo o crânio perfurado por uma argola de metal, mas sobreviveu.
Steve não desempenhou mais nenhuma história maluca desde então, tendo o acidente ocorrido com seus amigos — e com ele também, embora tenha saído ileso — alterado a disposição do homem para essas atitudes perigosas.
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