Apesar de carregarem curiosas histórias, as construções apresentavam diferentes finalidades no passado
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/07/2022, às 12h23 - Atualizado em 02/02/2023, às 17h39
Quando se pensa em construções relacionadas à nobreza de qualquer país que seja, duas palavras vêm na mente da maioria das pessoas: castelos e palácios. No entanto, você sabe a diferença entre os dois tipos de moradia? Para iniciar a explicação, é necessário entender um pouco de história primeiro, mais especificamente na Europa.
Historicamente falando, os palácios são estruturas anteriores aos castelos, tendo surgido no período do Império Romano (de 27 a.C. à 476 d.C). O termo é originário do latim 'palatium', que se tornou sinônimo de 'morada oficial de um soberano' após a construção da residência de César Augusto (63 a.C - 14 d.C) no Monte Palatino.
De forma geral, a ideia do palácio é de servir como uma moradia para um governante, e tem, em sua concepção, a ideia de ser um local grandioso para quem vive ali. São construções tipicamente urbanas, com grandes salões e jardins, de forma a fornecer não só moradia, mas também lazer.
Já os castelos têm sua origem e foram construídos principalmente entre os séculos V e XV. O termo é derivado da palavra latina 'castellum', que é diminutivo de 'castrum', que significa 'lugar fortificado'. Sua concepção se deu no período feudal, com a fragmentação da Europa.
Por conta disso, castelos são construções fortificadas e muito grandes, cujo principal objetivo era servir de proteção para quem ali habitasse. Possuíam sim certo glamour, já que os residentes ainda eram imperadores, mas menos que os palácios. Além disso, deixaram de ser construções urbanas para se tornarem mais rurais e isoladas.
Os palácios têm tudo a ver com boa aparência e conforto, sendo construídos principalmente para que os proprietários se divirtam e mostrem o quão ricos e elegantes são. No entanto, como já mencionado, a segurança não era a característica mais presente nas construções.
Pensando pelo viés da arquitetura, eles podem ser identificados e diferenciados de castelos a partir de diversas características, como uma presença muito mais significativa de janelas com vitrais luxuosos e decorados, torres em formato de cone (que possui apenas viés decorativo), um grande número de salas — que também são bem grandes — e fontes, além de áreas de lazer para práticas como tiro com arco.
Os castelos, por sua vez, são construções fortificadas da Idade Média, que serviam como residência real ou feudal, mas não eram pensados em diversão ou em expôr a grandiosidade e elegância de quem ali vivia. Diferente dos palácios, eles eram pensados principalmente em garantir a proteção dos proprietários, e por isso acabavam sendo construídos em locais mais isolados, remotos ou de difícil acesso.
Durante o Período Feudal, a Europa se separou, e o que antes era grandemente dominado pelo Império Romano se transformou em diversos governos próprios e que queriam expandir. Por isso, é possível encontrar diversos castelos espalhados por toda a Europa, pois demarcavam a antiga residência de um líder próprio.
Para que suas defesas fossem mais poderosas, os castelos eram localizados em regiões tipicamente rurais, mais afastadas das regiões urbanas, e muitas vezes eram localizado no topo de montanhas ou colinas — ou ainda no meio de lagos ou rodeados por rios —, com muralhas em torno das construções. As torres, que nos palácios eram decorativas, perdem a forma de cone e passam a servir como torres de guarda para os exércitos.
*Com informações de: BBC Bitesize
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