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Matérias / Personagem

Perda dos pais e pobreza: A triste saga de Caterina di Meo Lippi, mãe de da Vinci

A mulher que deu à luz a um dos artistas mais famosos do mundo teve uma vida infeliz e conturbada

Penélope Coelho Publicado em 12/08/2020, às 11h27

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Leonardo Da Vinci - Wikimedia Commons
Leonardo Da Vinci - Wikimedia Commons

Por muitos anos, as origens de Leonardo da Vinci permaneceram um mistério, assim como muitos outros aspectos de sua vida e obra. Contudo, a história do artista sempre gerou curiosidade e até hoje é motivo de pesquisa para historiadores.

Pouco se sabe sobre quem foi sua mãe, entretanto, as informações coletadas ao longo dos anos sobre a mulher que trouxe da Vinci ao mundo são reveladoras e chocantes. A progenitora de Leonardo é Caterina di Meo Lippi, uma mulher nascida provavelmente no ano de 1431.

Um professor de história da arte da Universidade de Oxford chamado Martin Kemp, é conhecido por ser um dos maiores especialistas quando o assunto é da Vinci, o homem dedica sua vida nessas pesquisas e conseguiu apurar algumas peculiaridades sobre Caterina.

Artista Leonardo Da Vinci / Crédito: Getty Images

Anos difíceis

De acordo com Kemp, Meo Lippi veio de uma família pobre da Itália. A garota perdeu os pais na adolescência e ficou com a missão de criar seu irmão mais novo, com a ausência de seus progenitores os irmãos moraram algum tempo com a avó.

Quando Caterina tinha 15 anos seu caminho se cruzou com o de Ser Piero da Vinci, um rico advogado italiano, 10 anos mais velho do que ela. De acordo com Kemp, o homem que viria a ser o pai de Leonardo se aproveitou da ingenuidade da órfã.

“Caterina era bastante vulnerável e provavelmente acreditou nas promessas de um homem esperto que não pretendia cumpri-las”, afirmou o especialista em entrevista à ISTOÉ.

Na época, Ser Piero já estava de casamento marcado com outra mulher e não se juntou oficialmente à mãe de Da Vinci, apesar de continuar o relacionamento com ela, algo que na época era visto como comum. Alguns meses depois, a italiana deu à luz a um dos maiores artistas da história.

Acredita-se que Piero não tenha sido um pai muito presente para Leonardo, contudo, apresentou ao filho Lisa Gherardini, a mulher que ficou conhecida por ser a possível inspiração para o quadro mais famoso do polímata, Mona Lisa.

Mona Lisa, quadro de Leonardo da Vinci (1503-1506) / Crédito: Wikimedia Commons

Teorias

Como a história de Meo Lippi é envolta por alguns enigmas, muitas hipóteses sobre a mulher surgiram ao longo do tempo. De acordo com o então diretor do Museu Leonardo da Vinci, Alessandro Vezzosi, a mãe de Leonardo poderia ter sido uma escrava de Piero. Segundo o pesquisador, Caterina era um nome atribuído a escravas na época.  

Em 2006, um estudo com base em uma impressão digital de da Vinci levantou a possibilidade de que a mulher teria origens no Oriente Médio. Contudo, a pesquisa foi considerado contraditória pelo professor de criminologia e direito da Universidade da Califórnia, Simon Cole.

De acordo com Cole, é impossível entender a origem ética de um cidadão a partir de impressões digitais. A mesma teoria também não foi aceita por Martin Kemp, que acredita que a mulher seja mesmo italiana.

O fim

Os últimos anos de Caterina, assim como a maioria de sua trajetória, também são um mistério. Porém, De acordo com Kemp, o período final da mulher foi ao lado de seu filho Leonardo, na comuna italiana de Milão.

Acredita-se que por volta do ano de 1493, a mulher já estava com uma idade avançada e apresentava sinais de uma saúde deteriorada, ela foi cuidada pelo famoso pintor até seus últimos dias, e quando faleceu, da Vinci fez questão de pagar o funeral de sua querida mãe.


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