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Matérias / Crimes

O sádico caso de tortura e assassinato de James Bulger

Os assassinos Thompson e Venables de 10 anos, foram os condenados mais jovens do século 20 pela morte de uma criança de 2 anos

Alana Sousa Publicado em 12/02/2020, às 16h19

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Cartaz mostrando o desaparecimento de James Bulger - Getty Images
Cartaz mostrando o desaparecimento de James Bulger - Getty Images

Em 12 de fevereiro de 1993, James Bulger, de apenas dois anos, estava passeando com sua mãe, Denise Bulger, no New Strand Shopping Center, na cidade de Bootle, Inglaterra. Por volta das 16h da tarde, Denise notou que seu filho havia desaparecido. Após consultar as câmeras do estabelecimento, se deparou com uma imagem chocante: James havia sido sequestrado por duas crianças que andavam pelo local.

A vítima foi avistada por cerca de 38 pessoas, que afirmavam que James chorava muito, mas que quando confrontavam os dois garotos mais velhos eles afirmavam que a criança era irmão deles.

Os dois garotos de 10 anos eram Robert Thompson e Jon. Venables. Amigos de escola e, residentes da região, passaram o dia no shopping, furtando pequenas coisas e procurando por um alvo. Quando notaram Denise distraída, pegaram James pela mão e o levaram embora.

Às 17h45 da tarde, após quase duas horas vagando pelas ruas de Liverpool, Thompson e Venables seguiram para um terreno baldio — próximo à estação ferroviária de Walton & Anfield — aonde iniciaram os ataques brutais que colocariam um fim na curta vida de James Bulger.

MORTE E TORTURA

Thompson e Venables começaram jogando uma lata de tinta azul — que tinham roubado — em James. Logo depois, iniciou-se o espancamento. Os garotos se revezavam e deferiam chutes, socos e tapas na criança, além de jogar pedra e tijolos na vítima. Uma autópsia confirmou que os assassinos inseriram objetos (possivelmente baterias) na boca e ânus de James.

Uma barra de ferro de dez quilos, descrita como uma placa ferroviária, foi arremessada na cabeça de Bulger, a contusão resultou em dez fraturas em seu crânio. Alan Williams, responsável pela autópsia do caso, revelou que foram tantos ferimentos, 42 no total, que é impossível definir qual foi o golpe fatal.

Com James já morto, Thompson e Venables colocaram seu corpo nos trilhos da estação ferroviária de Walton & Anfield, a fim de simular um acidente. O cadáver da criança foi encontrado dois dias depois cortado ao meio, após ser atropelado por um trem. James estava sem os sapatos, meias, calças e cueca, que havia sido removido pelos assassinos.

PRISÃO

As imagens do shopping center serviram de guia na procura pelos assassinos. A polícia, chefiada pelo detetive Albert Kirby, contatou testemunhas que teriam visto os criminosos. No entanto, foi após uma mulher reconhecer Robert e Jon como seus vizinhos que a prisão foi efetuada.

Thompson e Venables foram encontrados com vestígios de tinta azul e sangue de James nas roupas. No interrogatório os garotos tentaram jogar a culpa um no outro, mas Thompson foi identificado como figura principal na morte brutal. Ambos demostravam apatia e falta de remorso por suas atitudes.

No julgamento, eles foram identificados como Criança A e Criança B, para preservar a identidade dos acusados. Entretanto, o juiz responsável ordenou que seus nomes fossem revelados, devido à gravidade do crime.

Usando depoimentos de psiquiatras que entrevistaram Thompson e Venables, o tribunal considerou os assassinos capazes de distinguir certo de errado. Os garotos não falaram durante o julgamento, foram utilizadas fitas de gravações das conversas em interrogatório.

Funeral de James Bulger / Crédito: Getty Images

Robert Thompson e Jon Venables foram considerados culpados pelo assassinato de James Bulger na corte de Preston, em 24 de novembro de 1993. No primeiro momento, os meninos foram condenados a um período mínimo de reclusão de oito anos, mas após diversos pedidos, até mesmo uma petição com 280 mil assinaturas, o tempo mínimo foi aumentado para quinze anos.

Em 2001, o conselho europeu avaliou que nenhum dos assassinos apresentava riscos para a sociedade e, autorizou a soltura. Hoje, eles vivem sob outros nomes em um local protegido para testemunhas, devido às ameaças de morte que sofreram quando o caso ganhou a mídia. As autoridades afirmam que o regime de vida que eles levam permite a volta imediata para a prisão se for detectado qualquer sinal de perigo para o público.