Entrando no cangaço aos 21 anos para se vingar da morte do pai, que também era bandoleiro, esse bandido se tornou o mais famoso do Nordeste
Antônio Silvino foi um dos mais famosos cangaceiros da História do Brasil, sendo muitas vezes tratadas como o Rei do Cangaço que antecedeu Lampião, mesmo que ele tenha vivido até mais tempo que o capitão Virgulino, por não ter sido morto pelas forças policiais. Nascido na cidade pernambucana de Afogados de Ingazeira e batizado como nome de Manoel Baptista de Morais, ele foi um dos mais influentes na cultura nordestina.
Quando pequeno, Silvino era conhecido pelos apelidos de Batistinha e Nezinho, e adentrou ao cangaço bem cedo, por influência do pai — que também era bandoleiro. Aos 21 anos, Batistão de Pajeú foi assassinado na região da caatinga pernambucana, numa disputa por terras, o que levou os filhos Manoel (que se referiria como Antônio) e Zeferino a uma busca por vingança.
Manoel mudou o nome para Antônio Silvino em homenagem a um tio, também este cangaceiro, de nome Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque, conhecido entre os bandoleiros como Rifle de Ouro, que acolheu e auxiliou os meninos após a morte de Batistão. A família partiu para uma vida de crimes e vingança pelo sertão nordestino.
Suas façanhas e assassinatos hediondos fizeram com que o cangaceiro se tornasse o mais famoso do Nordeste, passando a liderar a maior parte dos bandos, ao herdar a soberania que o pai e o tio tinham.
Antes da hegemonia de Lampião, nenhum bandoleiro tivera a força que Silvino criou, superando o nome de Jesuíno Brilhante e de tantos outros homens fortes do Cangaço. Silvino, porém, muitas vezes demonstrava uma consciência social maior que a de seu sucessor.
A influência e o poder de Antônio Silvino o fizeram importante alvo das volantes, que viam sua cabeça como imponente prêmio. Porém, o cangaceiro era muito articulado e por anos conseguiu fugir dessas figuras da polícia, com ajuda de coronéis, coiteiros e populares. No início da carreira, ele foi perseguido pelo mais famoso caçador de cangaceiros da época, o alferes Joaquim Henriques de Araújo.
Ainda foi alvo das Polícias de estado da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, tendo como inimigos fundamentais Teófanes Ferraz Torres e outros tantos oficiais nordestinos. Porem, por dezoito anos, ele perambulou a caatinga sem ser preso, cometendo assaltos e assassinatos em diversas localidades.
A busca de Silvino, claro, era pelo enriquecimento pessoal e por vinganças particulares, mas isso não impediu que o cangaceiro atuasse contra homens poderosos em suas façanhas. A mais famosa dela ocorreu contra membros de alto escalão de uma empresa estrangeira que construía uma rede ferroviária no interior nordestino, a Great Western.
Na ocasião, Silvino sequestrou os engenheiros da obra num trecho entre a Paraíba e Pernambuco, fazendo-os de refém e expropriando suas terras à força. Fazendo-os fugir, muitas dessas terras foram arrendadas pela própria família de Antônio, cuja ação foi bem vista por muitos sertanejos pobres locais.
Porém, sua vida de banditismo acabou em 1914, quando, num ataque nas proximidades de Taquaritinga, no agreste de Pernambuco, quando o citado alferes Teófanes Torres —durante a administração do estado pelo general Dantas Barreto —, conseguiu capturá-lo e levá-lo à prisão.
Foi encaminhado a Recife pela polícia, onde passou a cumpri pena na Casa de Detenção da capital, como prisioneiro 1122. Ficou conhecido na instituição por um comportamento exemplar e educado, conseguindo credibilidade entre os guardas e possibilidade de sair mais cedo. Então, finalmente, em 1937, recebeu um indulto do presidente Getúlio Vargas e foi liberado.
Passou a viver uma vida tranquila, distanciando da rotina de bandoleiro onde conseguira fama. Passou a morar em Campina Grande, na Paraíba, junto a sua prima numa casa de campo, até que morreu em 1944.
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