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Matérias / Personagem

O Rei antes de Lampião: Antônio Silvino, o mais famoso de uma família de cangaceiros

Entrando no cangaço aos 21 anos para se vingar da morte do pai, que também era bandoleiro, esse bandido se tornou o mais famoso do Nordeste

André Nogueira Publicado em 09/06/2020, às 08h00

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Antônio Silvino - Fundação Joaquim Nabuco
Antônio Silvino - Fundação Joaquim Nabuco

Antônio Silvino foi um dos mais famosos cangaceiros da História do Brasil, sendo muitas vezes tratadas como o Rei do Cangaço que antecedeu Lampião, mesmo que ele tenha vivido até mais tempo que o capitão Virgulino, por não ter sido morto pelas forças policiais. Nascido na cidade pernambucana de Afogados de Ingazeira e batizado como nome de Manoel Baptista de Morais, ele foi um dos mais influentes na cultura nordestina.

Quando pequeno, Silvino era conhecido pelos apelidos de Batistinha e Nezinho, e adentrou ao cangaço bem cedo, por influência do pai — que também era bandoleiro. Aos 21 anos, Batistão de Pajeú foi assassinado na região da caatinga pernambucana, numa disputa por terras, o que levou os filhos Manoel (que se referiria como Antônio) e Zeferino a uma busca por vingança.

Manoel mudou o nome para Antônio Silvino em homenagem a um tio, também este cangaceiro, de nome Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque, conhecido entre os bandoleiros como Rifle de Ouro, que acolheu e auxiliou os meninos após a morte de Batistão. A família partiu para uma vida de crimes e vingança pelo sertão nordestino.

Suas façanhas e assassinatos hediondos fizeram com que o cangaceiro se tornasse o mais famoso do Nordeste, passando a liderar a maior parte dos bandos, ao herdar a soberania que o pai e o tio tinham.

Antônio (segundo à esquerda em pé) num bando / Crédito: Wikimedia Commons

Antes da hegemonia de Lampião, nenhum bandoleiro tivera a força que Silvino criou, superando o nome de Jesuíno Brilhante e de tantos outros homens fortes do Cangaço. Silvino, porém, muitas vezes demonstrava uma consciência social maior que a de seu sucessor.

A influência e o poder de Antônio Silvino o fizeram importante alvo das volantes, que viam sua cabeça como imponente prêmio. Porém, o cangaceiro era muito articulado e por anos conseguiu fugir dessas figuras da polícia, com ajuda de coronéis, coiteiros e populares. No início da carreira, ele foi perseguido pelo mais famoso caçador de cangaceiros da época, o alferes Joaquim Henriques de Araújo.

Ainda foi alvo das Polícias de estado da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, tendo como inimigos fundamentais Teófanes Ferraz Torres e outros tantos oficiais nordestinos. Porem, por dezoito anos, ele perambulou a caatinga sem ser preso, cometendo assaltos e assassinatos em diversas localidades.

A busca de Silvino, claro, era pelo enriquecimento pessoal e por vinganças particulares, mas isso não impediu que o cangaceiro atuasse contra homens poderosos em suas façanhas. A mais famosa dela ocorreu contra membros de alto escalão de uma empresa estrangeira que construía uma rede ferroviária no interior nordestino, a Great Western.

Na ocasião, Silvino sequestrou os engenheiros da obra num trecho entre a Paraíba e Pernambuco, fazendo-os de refém e expropriando suas terras à força. Fazendo-os fugir, muitas dessas terras foram arrendadas pela própria família de Antônio, cuja ação foi bem vista por muitos sertanejos pobres locais.

Antônio com bengala e chapéu na saída do Centro de Detenção de Recife / Crédito: Divulgação

Porém, sua vida de banditismo acabou em 1914, quando, num ataque nas proximidades de Taquaritinga, no agreste de Pernambuco, quando o citado alferes Teófanes Torres —durante a administração do estado pelo general Dantas Barreto —, conseguiu capturá-lo  e levá-lo à prisão.

Foi encaminhado a Recife pela polícia, onde passou a cumpri pena na Casa de Detenção da capital, como prisioneiro 1122. Ficou conhecido na instituição por um comportamento exemplar e educado, conseguindo credibilidade entre os guardas e possibilidade de sair mais cedo. Então, finalmente, em 1937, recebeu um indulto do presidente Getúlio Vargas e foi liberado.

Passou a viver uma vida tranquila, distanciando da rotina de bandoleiro onde conseguira fama. Passou a morar em Campina Grande, na Paraíba, junto a sua prima numa casa de campo, até que morreu em 1944.


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