Tim Bergling, que entrou para a história da música como o DJ Avicii, tem a vida resgatada em novo documentário da Netflix
Tim Bergling, conhecido mundialmente como Avicii, deixou uma marca na indústria da música eletrônica em sua breve, mas impactante carreira.
Com um repertório que inclui sucessos estrondosos e colaborações com artistas famosos, ele conquistou públicos em todo o mundo, lotando estádios e casas de shows.
Entretanto, por trás das luzes dos palcos, Avicii lutava contra problemas de saúde e enfrentava a depressão. Para honrar sua memória e oferecer uma visão mais profunda sobre sua vida e obra, a Netflix programou o lançamento de um documentário intitulado "Avicii: Meu Nome é Tim", que estará disponível no próximo dia 31.
O projeto inclui ainda a exibição de seu último show realizado em Ibiza, apresentando conteúdos inéditos que prometem emocionar os fãs.
Nascido em Estocolmo em 1989, Avicii cresceu sob a influência da cultura pop sueca. Sua mãe, Anki Liden, é uma atriz reconhecida que participou do filme "Minha Vida de Cachorro", indicado ao Oscar.
A carreira de Avicii ganhou destaque após ser descoberto pelo DJ Pete Tong em uma competição de talentos em 2008, explica a BBC. Sua vitória resultou no lançamento do hit "Manman", que chamou a atenção do público e da crítica. Tong elogiou o talento do DJ por sua habilidade única em construir melodias memoráveis.
A popularidade de Avicii disparou com o lançamento de "Levels", em 2011, que se tornou um marco na música eletrônica e vendeu mais de um milhão de cópias globalmente. Ele também é responsável por sucessos como "I Could Be The One" e "Wake Me Up".
Além disso, suas colaborações com grandes nomes da música, incluindo Coldplay e Sia, demonstram sua versatilidade.
Outro lado menos conhecido do artista foi o filantrópico. Em 2012, por exemplo, Avicii realizou uma turnê com 27 datas nos Estados Unidos e fez a promessa de doar impressionantes US$ 1 milhão para a Feeding America, organização que luta contra a fome.
Apesar de seu sucesso estrondoso, Avicii enfrentou sérios problemas pessoais relacionados à saúde mental e ao alcoolismo. Em janeiro de 2012, por exemplo, ele ficou internado por 11 dias após enfrentar um quadro de pancreatite aguda, que teria sido causada pelo consumo exacerbado de álcool.
Já em 2013, retornou ao hospital e foi indicado que removesse sua vesícula biliar. Na ocasião, recusou, pois, queria continuar com sua turnê. A situação se agravou e ele fez a cirurgia em 2014. Os médicos relataram que seu apêndice rompeu, assim necessitando de um procedimento cirúrgico urgente.
"Beber se tornou rotina para mim, mas é impossível continuar em turnê e beber ao mesmo tempo, porque você vai desmoronar", explicou ele ao veículo Standard. "Especialmente quando você faz 320 shows por ano."
Em 2016, Avicii anunciou sua aposentadoria das turnês para preservar sua saúde mental e emocional. O ambiente de shows não colaborava com a sua saúde.
"Para mim, era algo que tinha que fazer pela minha saúde", explicou ele ao Hollywood Reporter. "Esse ambiente não era para mim. Não eram os shows e nem a música. Sempre eram as outras coisas ao redor que nunca vinham naturalmente para mim (...) Sou uma pessoa mais introvertida. Sempre foi muito difícil para mim. Carreguei muita energia negativa, acho."
O artista sueco foi encontrado morto aos 28 anos em um hotel em Mascate, Omã, após tirar a própria vida em 2018. Sua morte chocou tanto fãs quanto colegas da música.
"Sinto falta dele a cada minuto", disse Klas Bergling, pai de Tim, à BBC. "É claro que falo com ele todos os dias. Mas... Eu admito que às vezes fico bravo com ele. Por que você fez isso? Por que nos deixou?".
*O Centro de Valorização da Vida (CVV), que pode ser acessado através do telefone 188, oferece atendimento gratuito. Além disso, também é possível conversa com os profissionais através chat e e-mail.
