Uma criança encontrada na beira de uma estrada da Filadélfia deu vida a inúmeras teorias
O dia de um estudante de colegial mudou completamente quando, preocupado com um coelho e com várias armadilhas para animais, entrou em uma área cheia de arbustos ao lado da Estrada de Susquehanna, na Filadélfia. Ao invés de encontrar o animal, ele se deparou com um corpo humano.
Relutante em ligar para a polícia, o jovem apenas avisou os oficiais sobre o cadáver que havia localizado no dia seguinte àquele, em 1957. Deu-se início, então, a um dos casos mais misteriosos dos Estados Unidos, que segue sem solução até hoje.
No meio da mata, em Fox Chase, na Pensilvânia, o corpo encontrado era de um garoto, com a idade entre quatro e cinco anos. Ele estava nu, enrolado em um cobertor, com o cabelo recém-cortado — possivelmente depois da morte, já que tufos ainda estavam presos ao corpo.
O menino ainda apresentava sinais de desnutrição e tinha cicatrizes cirúrgicas no tornozelo e na virilha, além de uma em forma de L sob o queixo. O Garoto na Caixa, como ficou conhecido, estava dentro de uma caixa de papelão de um berço vendido pela JC Penney, uma cadeia de lojas de departamento.
Já nas investigações, quase nada foi encontrado sobre o pequeno. Suas digitais foram tiradas, mais de 400 mil pôsteres com seu rosto foram distribuídos, a cena do crime foi revistada por 270 recrutas da academia de polícia, mas nenhuma prova definitiva foi identificada.
Uma fotografia post-mortem do menino foi divulgada, indicando como ele seria se ainda estivesse vivo, como última tentativa de identifica-lo. Apesar de todos os esforços, sua identidade nunca foi determinada — e permanece assim até hoje, 62 anos depois.
Em março de 2016, o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas lançou uma reconstrução facial forense da criança. Com ela, é possível imaginar como o garoto era enquanto ainda estava vivo, com seus cabelos intactos. A instituição ainda adicionou o garoto em seu banco de dados.
Duas teorias sobre o caso foram amplamente investigadas. A primeira delas envolvia um lar adotivo localizado a 2,5 km do local onde o corpo foi encontrado. Em 1960, Remington Bristow, um médico que investigava mortes suspeitas, entrou em contato com um médium de Nova Jersey que lhe avisou sobre o lar adotivo.
Em uma de suas visitas ao local, Bristow descobriu um berço semelhante ao vendido na JC Penney, além de cobertores parecidos com o que o garoto estava enrolado. Segundo o médico, a morte do menino teria sido um acidente e ele teria sido deixado na beira da estrada para que a mãe não fosse dada como culpada ou identificada como mãe solteira. No entanto, todas as provas sobre essa teoria eram circunstanciais e a polícia não conseguiu ligar o lar adotivo diretamente ao caso.
A segunda teoria foi a que fez mais sentido, mas também não foi completamente comprovada. Apresentada em 2002, a solução teria chegado através de uma mulher identificada apenas como Marta, ou M. Em seu testemunho aos oficiais, M teria dito que conhecia o garoto, chamado Jonathan.
Marta alegou que sua mãe comprou o menino de seus pais biológicos em 1954 e o adotou. A relação, entretanto, não era saudável e o pequeno passava por abusos físicos e sexuais frequentemente. Ela, então, detalhou os últimos momentos de vida do garoto de forma muito específica, citando coisas que apenas os investigadores sabiam.
Segundo Marta, o menino teria vomitado os feijões de sua última refeição, coisa que irritou muito a mãe. Ela desferiu diversos golpes no menino, que bateu a cabeça e ficou inconsciente. Em seguida, as duas teriam dado um banho em Jonathan, momento no qual ele morreu.
Todos os pontos faziam muito sentido para a polícia e foi fácil acreditar na versão de Marta. Durante as investigações, restos de feijão foram encontrados no estômago de Jonathan e seus dedos estavam enrugados, devido ao tempo submerso em água. Ainda segundo M, a mãe adotiva do menino teria cortado seus cabelos para dificultar a identificação.
Apesar do testemunho coerente de Marta — ela narrou, inclusive, como teriam despejado o corpo na mata —, a polícia não conseguiu determinar se a história era verdadeira. Dois fatores que tornaram essa solução pouco provável eram que M tinha um histórico de doença mental e seus vizinhos da época negaram a probabilidade de um menino morando com as duas mulheres.
Outra teoria, que dizia que o garoto da caixa teria sido criado como garota, também foi considerada, mas rapidamente descartada. Uma família em potencial, que teria perdido a tal menina, foi encontrada em Memphis, no estado do Tennessee, mas os DNAs de um dos membros e da criança não bateram.
O menino, ainda sem identificação, foi enterrado em um cemitério público em 1957. Seu corpo foi exumado para a obtenção do DNA e enterrado novamente em 1998, no Cemitério Ivy Hill, em Cedarbrook, Filadélfia. Tanto o caixão, quanto a lápide e o funeral foram financiados pelo filho do homem que enterrara o menino a primeira vez.
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