O caso contou com uma técnica especial de remoção cirúrgica e ainda emoldurou em vidro contra raios UVA/UVB para evitar deterioração
Em outubro de 2018, uma longa batalha da família Wenzel se encerrou tragicamente; Chris Wenzel era casado há anos com Cheryl, que aderiu o sobrenome do marido e, juntos, tiveram cinco filhos no longevo relacionamento.
O sustento para estabilizar a família e criar os herdeiros partiu, em seus anos finais, de um estúdio de tatuagem administrado pelo casal no Canadá.
Chris, em específico, era amante da arte estampada na pele, tendo coberto os dois braços de desenhos antes mesmo de completar a maioridade. Quando adulto, se tornou um dos mais respeitados tatuadores canadenses, produzindo as próprias artes e chegando a tatuar o próprio corpo.
Porém, a trajetória de renome teve de ser interrompida após o surgimento de uma doença crônica chamada retocolite ulcerativa, responsável por causar diversas inflamações e lesões por todo o intestino.
A luta pela doença não progrediu positivamente e Chris acabou tendo uma falência cardíaca, aos 41 anos. Contudo, seu único pedido se tornou um anseio de Cheryl; o canadense pediu para que, de alguma maneira, suas tatuagens fossem preservadas, como reporta a BBC Brasil.
Ao veículo, a viúva compartilhou uma conversa que teve com o companheiro sobre a preservação das artes, explicando o interesse dele: "Por que eu iria querer que tantas horas de trabalho de tatuagem no meu corpo fossem enterradas comigo?", manifestou em vida.
Sabendo disso, o momento da morte já estava preparado para, ao invés de solicitar o enterro de maneira ágil, segurar o corpo e agilizar rapidamente um método para tal.
No país vizinho, descobriu pela internet uma iniciativa em Cleveland, no estado de Ohio, EUA, onde outras famílias já conseguiram eternizar os desenhos nas peles de seus familiares; uma empresa familiar, criada por Michael e Kyle Sherwood, pai de filho respectivamente, chamada Save My Ink Forever ("guarde minha tatuagem para sempre", em tradução livre), estava disponível para fazer o traslado com a casa funerária canadense.
A dupla já trabalhava com preparação de corpos e embalsamento quando descobriram um dado curioso; aproximadamente 45 milhões de estadunidenses têm tatuagens e, após a morte, não deixariam nenhuma na Terra.
Dessa maneira, desenvolveram durante dois anos uma técnica para preservar recortes de pele humana contendo os desenhos a longo prazo — e Cheryl recorreu aos responsáveis para a dura missão.
A nova missão era a mais difícil já enfrentada pela empresa; além do contratempo por estar em outro país, Chris tinha o corpo repleto de tatuagens, com o grupo tendo de buscar um método para remover todo um trecho de pele, e não apenas um pedaço.
A escolha mais válida foi preservar o torso e os braços, dada a facilidade do corte e, em especial, por ter sido retocadas pelo falecido — e estando em cores vivas.
A remoção cirúrgica tratou de guardar todo o material humano em um recepiente de conservação especial, totalizando quase dois metros de pele, e sendo levado para um laboratório de preservação.
O processo, concluído em três meses, ainda teve a finalização em uma moldura confeccionada em um vidro sob medida que protege o corpo de raios ultravioleta para maior duração da preservação.
Cheryl fez questão de bancar a homenagem e, agora, leva parte dos quadros em convenções de tatuagem pelo Canadá como um lembrete da vida após a morte sem esquecer dos que já estiveram entre nós.
Porém, em 2021, um problema em decorrência da pandemia da covid-19 foi revelado pela emissora canadense CTV; com o fechamento do estúdio de tatuagem da família Wenzel, Cheryl acabou sendo despejada do estabelecimento.
Com isso, os responsáveis pelo imóvel tomaram posse de todos os itens lá instalados — incluindo as molduras contendo as peles de Chris. Tal fato comoveu a comunidade de tatuagens no país, que organizou uma campanha pelo GoFundMe e arrecadou mais de US$ 5 mil (cerca de R$ 25 mil) para o estúdio ser retomado e, por fim, manter as artes do falecido com a família.
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