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Matérias / Mundo

O bizarro escândalo de Maesaiah Thabane, a primeira-dama de Lesoto

Neste ano, os olhos mundiais se voltaram ao país africano para acompanhar a tensa investigação de assassinato cuja principal acusada é a esposa do primeiro-ministro

Ingredi Brunato Publicado em 05/09/2020, às 06h00

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Imagem de Maesaiah Thabane em tribunal. - Divulgação/Youtube
Imagem de Maesaiah Thabane em tribunal. - Divulgação/Youtube

Lesoto, é um país montanhoso da África Austral, que tem cerca de 2 milhões de habitantes e é cercado pela África do Sul por todos os lados. É nesse pequeno reino dominado pela agricultura e criação de ovelhas que vive Maesaiah Thabane, a esposa do antigo primeiro-ministro do país, chamado Thomas Thabane. 

Maesaiah começou a aparecer em notícias internacionais nesse ano de 2020 por ter sido acusada por ter orquestrado o homicídio de ninguém menos que a última esposa de seu marido, Lipolelo Thabane. Ela foi morta em um tiroteio do lado de fora de sua casa em Maseru, capital de Lesoto. 

Contextualização

A lesotense conheceu o marido aos 42 anos, quando decidiu se mudar para a capital do país, abandonando sua vida no campo. Não é possível dizer exatamente em que data eles começaram o seu romance, no entanto, não passou muito tempo entre o futuro primeiro-ministro se separar de sua esposa de então. Maesaiah começou a viver com ele e passou a assumir as funções de uma primeira dama, embora não estivessem ainda casados.

O casal tinha começado a viver junto em 2012. Foram cinco anos depois que tanto o casamento dos dois quanto o assassinato de Lipolelo aconteceram, separados somente por dois meses, com o crime ocorrendo primeiro, e a união depois. 

Imagem de Lesoto, país onde tudo aconteceu / Crédito: Domínio Público

Consequências posteriores do assassinato 

Embora não tenha sido acusada pelo crime em 2017, em uma reviravolta de eventos, Maesaiah acabou na mira da polícia de Lesoto nesse mês de janeiro, e acabou se tornando uma fugitiva da justiça. Muitos especularam que se escondeu na África do Sul, que faz fronteira com o país dela. 

Após cerca de um mês desaparecida, a esposa do primeiro-ministro decidiu se entregar, e foi afinal presa. Sua situação não é boa: todas as suas tentativas de apelação ao tribunal foram recusadas, e ela está atualmente em uma unidade correcional feminina, em cumprimento ao julgamento do tribunal de apelações. 

Uma das suspeitas ainda mais preocupantes da polícia é a possibilidade que Thomas Thabane também tenha envolvimento com o assassinato, porém não foi feita nenhuma acusação formal. Em 2017, ele tinha descrito a morte da ex-esposa como “sem sentido”. Depois do escândalo internacional e prisão de sua esposa, ele renunciou ao cargo político, embora tenha alegado que era por conta de sua idade, que já passa dos 80. 

Segundo documentos judiciais acessados pela agência de notícias AFP, o chefe policial Holomo Molibeli, que é o principal condutor da investigação, escreveu uma carta acusatória ao primeiro-ministro no fim de 2019, antes de tudo explodir. Nela, ele escreve: “As investigações [sobre o assassinato] revelam que havia uma comunicação telefônica na cena do crime em questão ... com outro telefone celular ... O número do celular é seu.”

O que vem a seguir? 

 As últimas informações do caso foram dadas pela agência de notícias Reuters e revelam que Lipolelo teria decidido firmar seu divórcio com o primeiro-ministro horas antes de ser morta, segundo um amigo próximo da mulher. 

A polêmica investigação recebeu essas atualizações em maio desde ano, porém ainda existe mais desdobramentos a serem feitos antes do caso poder se dar como encerrado. Por enquanto, o prosseguimento do caso foi indefinidamente suspenso por conta da pandemia de COVID-19. 


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