Estátua de ex-presidente foi alvo de polêmicas após a morte de George Floyd
26º presidente da história dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt Jr. governou o país entre 1901 e 1909. Conservador e estadista, Teddy é visto, atualmente, como uma figura controversa no âmbito das lutas minoritárias/raciais.
Muito disso, conforme explica matéria do Smithsonian Magazine, se dá por planos que se desenvolveram durante sua carreira política, como a criação do sistema de parques nacionais, por exemplo, que envolveu a evacuação de nativos americanos de suas terras.
Há também a contribuição para a expansão do poder imperialista norte-americano na Guerra Hispano-Americana de 1898, além de ser contra os defensores da independência das Filipinas.
Isso sem contarmos o pensamento eugenista de Roosevelt, que é explícito em uma carta que o presidente enviou ao biólogo Charles Benedict Davenport, conforme aponta a BBC.
Concordo com o senhor se o que quer dizer, como suponho, é que a sociedade não tem por que permitir que os degenerados se reproduzam", escreveu Teddy.
Sendo assim, não é nenhum absurdo imaginar o que a infame estátua de Theodore Roosevelt montando em um cavalo, sendo acompanhado, em solo, por um afro-americano e um nativo, poderia causar.
A figura, instalada na entrada do Museu Americano de História Natural (AMNH), na cidade de Nova York, deverá ganhar uma nova casa em breve. Isso porque, ela será movida até a nova Biblioteca Presidencial Theodore Roosevelt em Medora, Dakota do Norte, que está programada para abrir em 2026.
O local, inclusive, fica perto da antiga fazenda de gado de Roosevelt em Little Missouri Badlands. A discussão em torno do monumento polêmico começou em maio do ano passado, após o brutal assassinato de George Floyd.
Com movimentos como o Black Lives Matter cada vez mais em pauta, as autoridades nova-iorquinas anunciaram um plano para tirar a estátua da cidade em junho do mesmo ano, conforme relatou o New York Times.
“Somos gratos à Biblioteca Presidencial Theodore Roosevelt por propor um novo lar adequado para a Estátua Equestre”, declarou, à época, Vicki Been, vice-prefeito de Nova York para habitação e desenvolvimento econômico, em um comunicado.
“Este empréstimo de longo prazo [permitirá] que uma parte importante da coleção de arte da cidade seja contextualizada de forma adequada, e esperamos continuar a trabalhar com a biblioteca nas próximas etapas”, completou.
O conselho da Biblioteca, também em um comunicado, afirmou que “a estátua equestre é problemática em sua composição”, afinal, sua localização fora de um museu não permite que um contexto apropriado seja feito ao seu redor.
Além do mais, o órgão pretende consultar representantes das comunidades indígenas e negras, historiadores, acadêmicos e artistas para que esse processo seja feito com mais clareza e didaticidade.
Tataraneto do ex-presidente, Theodore Roosevelt V, que administra o museu, entende que a representação de seu antepassado é "problemática em sua representação hierárquica de seus súditos".
[A estátua] deve ser removida do memorial oficial do estado de Nova York. Em vez de enterrar uma obra de arte perturbadora, devemos aprender com ela. É apropriado que a estátua esteja sendo realocada para um lugar onde sua composição possa ser recontextualizada para facilitar discussões difíceis, complexas e inclusivas”, continua.
De acordo com o Art Newspaper, o monumento foi instalado na cidade de Nova York em 1940. A intenção original da obra, que foi supervisionada por uma comissão criada pela Legislatura do Estado de Nova York, era de "expressar a vida de Roosevelt como amante da natureza, naturalista, explorador e autor de obras de história natural", segundo o Conselho de Administração do memorial.
O AMNH explicou, ainda, que James Earle Fraser, responsável por esculpir o monumento, afirmou que os "guias" ao lado de Roosevelt simbolizavam "os continentes da África e da América, e se você escolher pode representar a simpatia de Roosevelt para todas as raças/etnias."
Uma das principais críticas em relação à representação do ex-presidente é a forma diferente como ele é tratado em relação às outras figuras, com uma posição de superioridade, apesar de nativos e afro-americanos terem um papel fundamental na história do país.
“[Teddy Roosevelt] foi, certamente, o tipo de político progressista do início do século 20 que começou a levar os Estados Unidos adiante em questões ambientais e tudo mais”, explicou o historiador David Silbey à NBC News. “Mas ele também era [um] racista que via outras pessoas ao redor do mundo como claramente inferiores aos americanos.”
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