A escultura foi inaugurada no último sábado, 25, na cidade de Sapri
Uma escultura inaugurada na cidade italiana de Sapri, no último sábado, 25, tem gerado uma grande polêmica.
A ideia era homenagear uma personagem de um poema escrito em 1857 por Luigi Mercantina, contudo, a obra acabou sendo acusada de promover o desrespeito às mulheres e o machismo no país. As informações são da Folha.
O texto que inspirou a escultura foi baseado na história da Expedição de Sapri, comandada por Carlo Pisacane, quem, além de liderar o movimento pela unificação da Itália, viria a ser o precursor de ideais socialistas no país.
A estátua de bronze, chamada “La Spigolatrice di Sapri” (a respigadora de Sapri), no entanto, não agradou a todos.
Para parte dos italianos, a obra não estaria exaltando uma história de lutas, mas sim promovendo a objetificação da mulher por ressaltar excessivamente as curvas do corpo feminino, como o contorno das nádegas da personagem.
“Como as instituições podem aceitar a representação das mulheres como um corpo sexualizado? O machismo é um dos males da Itália”, escreveu a deputada Laura Boldrini, do Partido Democrático.
Também se manifestou a respeito do tema a ex-senadora Manuela Repetti, que declarou ter ficado espantada ao ver uma imagem da inauguração que circulou na mídia.
“Havia aqueles que pareciam quase envergonhados (pelo menos eu espero). Aqueles que pareciam ter sido sequestrados pelas curvas da estátua (e você não pode culpá-los). E aqueles com as mãos no peito, extraindo um sentimento de patriotismo dessa imagem”, disse Repetti.
Já o prefeito Antonio Gentile, que considerou o texto da ex-senadora “extremamente violento”, afirmou que o escultor teve uma interpretação “impecável” da personagem.
Em sua defesa, o artista Emanuele Stifano, que ficou desanimado com as críticas, alegou: “Quando eu faço uma escultura, sempre tendo a cobrir o mínimo possível do corpo humano, independentemente do sexo”.
Franco Castiello, senador do Movimento Cinco Estrelas também defendeu a obra e declarou que Repetti, que é do norte da Itália, “desconhece as feições físicas das mulheres do sul”.