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Matérias / Personagem

Karel Soucek, o homem que sobreviveu às Cataratas do Niágara — e morreu caindo de um estádio

Trabalhando como dublê, o tcheco tinha sede por adrenalina e decidiu projetar seu próprio barril para enfrentar a queda feroz

Pamela Malva Publicado em 16/06/2020, às 19h00

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Karel Soucek em sua cápsula nas Cataratas do Niágara - Divulgação/Niagara Falls Public Library
Karel Soucek em sua cápsula nas Cataratas do Niágara - Divulgação/Niagara Falls Public Library

Aventurar-se pelas Cataratas do Niágara dentro de um barril, desafiando as águas impiedosas, é um dos maiores sonhos dos apaixonados pelo desenho do Pica Pau. A cena dos personagens descendo a cachoeira, afinal, é uma das mais icônicas do cinema.

A animação de 1940, no entanto, não é o único fator que desperta tal desejo aventureiro nas pessoas. De certa forma, a possível adrenalina e o sentimento de estar fazendo algo radical são extremamente atrativos para os entusiastas.

Esse foi o caso de Karel Soucek, um dublê profissional tcheco que, em um episódio aterrorizante, decidiu atirar-se nas águas ferozes das Cataratas do Niágara. Vivo para contar a história, contudo, ele sofreu uma queda muito pior.

Karel Soucek ao lado de sua cápsula / Crédito: Divulgação

O plano perfeito

Em meados de 1984, Karel Soucek morava em Ontário, no Canadá, quando teve a ideia brilhante de enfrentar as Cataratas. Aos 37 anos, o dublê desejava realizar o feito dentro de um barril projetado por ele mesmo.

O profissional, então, determinou que a cápsula usada na proeza deveria ter um formato cilíndrico. Assim, um barril formado de madeira e plásticos leves foi produzido sob encomenda para Karel.

Com 2,7 metros de comprimento, o projeto contava com um lastro central, que garantia um peso maior na base da cápsula — dessa forma, Karel cairia de pé, e não de cabeça. Por dentro, almofadas eram responsáveis por absorver os choques da queda.

Durante algum tempo, dezenas de testes foram feitos com o barril vazio, a fim de observar os efeitos que a cachoeira causava na cápsula. O grande dia, no entanto, chegou mais rápido do que era esperado.

Levantem os braços, ele vai cair!

O céu do dia 2 de julho de 1984 estava bastante nublado e as Cataratas do Niágara produziam o som estrondoso de costume. O vento úmido batia no rosto de Karel quando ele chegou no ponto onde seria liberado na água.

Com um rádio bidirecional em mãos, o dublê logo entrou na cápsula projetada e esperou que a tão esperada turbulência começasse. O barril vermelho de Karel, então, foi liberado no Rio Niágara, a mil metros de distância das cataratas.

Demorou poucos segundos para que a cápsula fosse lançada a 120 km/h pelas águas velozes. Mais 45 minutos se passaram até que Karel finalmente pudesse sair de seu casulo, que acabou sendo confiscado pela polícia.

Uma queda feroz

Assim que foi retirado da cápsula, Karel percebeu que tinha alguns cortes no rosto, causados por seu relógio de pulso. Fora isso, ele estava intacto e muito feliz pela manobra realizada com perfeição.

Ao contrário do dublê, todavia, os oficiais canadenses não estavam nem um pouco satisfeitos com a situação. Por performar a queda sem qualquer licença, Karel recebeu uma multa de 500 dólares, que ele pagou com tranquilidade após ficar famoso.

Uma vez estampado em revistas e jornais, dando entrevistas a qualquer um que pedisse, o ambicioso dublê decidiu por mais uma peripécia. Dessa vez, ele queria fazer algo mais impressionante e, ainda assim, mais prático.

Queda livre

Com o financiamento de uma empresa privada, Karel criou um desafio que, para Evel Knievel, foi “o mais perigoso do mundo”. Dentro de outra cápsula, o dublê seria atirado do alto de um estádio do Texas e cairia dentro de uma piscina de 3 metros de largura.

O projeto saiu do papel apenas em 19 de janeiro de 1985. Naquele dia, o barril de Karel foi erguido até o topo do Houston Astrodome, a 60 metros do chão. Apesar dos cálculos, no entanto, a cápsula foi solta antes do planejado.

Em uma velocidade alucinante, Karel caiu girando e atingiu a borda do tanque de água. As almofadas de impacto não foram o suficiente e, mesmo tendo sido retirado com vida do barril, o dublê não resistiu, falecendo em menos de 24 horas.


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