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Matérias / Pompeia

'Homem mais azarado de Pompeia': A verdade sobre a vítima do Vesúvio que viralizou

Em 2018, restos mortais de vítima de Pompeia foram encontrados e descoberta viralizou na internet por forma inusitada da morte, mas as coisas não são bem assim!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 28/07/2024, às 10h00 - Atualizado em 30/07/2024, às 18h39

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Vítima do Vesúvio descoberta em 2018 - Pompeii Archaeological Park
Vítima do Vesúvio descoberta em 2018 - Pompeii Archaeological Park

Em maio de 2018, arqueólogos anunciarem a descoberta dos restos mortais de uma vítima da erupção do Monte Vesúvio, que ocorreu no ano de 79 d.C. Logo, a internet foi lotada de memes sobre 'O homem mais azarado de Pompeia'.

Não por acaso, a vítima ganhou tal apelido pela forma um tanto curiosa de sua morte. Afinal, parecendo mais cena de um desenho animado, como muitos compararam, ele teria sido esmagado por uma pedra que foi lançada pela força da erupção. Mas as coisas não foram bem assim. Relembre a descoberta!

+ Dois homens sobreviveram à erupção do Vesúvio, mas não resistiram a um terremoto

O homem mais azarado de Pompeia

Quando a notícia surgiu na época, os arqueólogos acreditavam que o sujeito havia sido esmagado por uma pedra voadora lançada pela erupção do Vesúvio. Naquela ocasião, os pesquisadores haviam descoberto apenas a parte inferior do tronco e as pernas do sujeito, que estavam embaixo de um bloco de concreto de quase 300 quilos. 

A teoria mais aceita é que uma nuvem vulcânica havia lançado um batente de pedra em direção ao homem, o que acabou o decapitando. A situação um tanto quanto incomum ganhou repercussão na internet e comparações com as trapalhadas do coiote que nunca consegue pegar o Papa-Léguas.

Mas, conforme noticiado pelo The New York Times, no final de junho do mesmo ano, escavações adicionais acabaram desmentindo o inusitado fim da vítima trágica de Pompeia. Afinal, foi encontrado o crânio intacto do sujeito — que estava com a boca bem aberta, mas cheia de dentes. Sugerindo que ela não havia sido esmagada pelo projétil vulcânico. 

Crânio do 'Homem mais azarado de Pompeia' - Pompeii Archaeological Park

Segundo relatado na época, o crânio, a parte superior do tronco e os braços do homem foram encontrados cerca de um metro de distância do resto do corpo e da pedra gigantesca. 

A equipe alegou que as partes do corpo correspondiam à mesma pessoa, não só pelo fato da proximidade, mas porque as duas metades combinavam. "A morte da vítima não ocorreu por causa da queda do bloco sobre o crânio", esclareceu Massimo Osanna, diretor do sítio arqueológico de Pompeia, em nota, conforme relatado pelo NYT. 

Nossa nova hipótese é que ele morreu asfixiado pelo fluxo piroclástico", completou. 

A vítima do Vesúvio

Essa não foi a única revelação sobre o caso, aliás. Os especialistas também apontaram que o homem tinha cerca de 35 anos quando faleceu. Além disso, um defeito físico encontrando em seus restos evidenciava que ele, provavelmente, andava mancando. É possível, inclusive, que sua deficiência física tenha o prejudicado em escapar da erupção, tornando-o mais vulnerável aos gases nocivos e às cinzas que chegavam. 

'O homem mais azarado de Pompeia', como foi apelidado pela internet, é uma das cerca de duas mil vítimas conhecidas da erupção. Sabe-se que a maioria delas morreu aquecida pelo fluxo piroclástico ou por asfixia.

Junto de seus restos também foram encontrados um pequeno saco com uma chave de ferro, cerca de 20 moedas de prata e duas moedas de bronze.

Sobre a separação dos membros, os pesquisadores acreditam que isso aconteceu em algum momento entre 1748 e 1815, quando Nápoles estava sob o controle da dinastia Bourbon. 

Afinal, durante o período, os arqueólogos cavaram túneis nas cinzas. Osanna e sua equipe acreditam que as escavadeiras podem ter cavado um túnel abaixo do esqueleto, o que acabou desmoronando, causando a queda do crânio e da parte superior do tronco.

Mas a equipe não tem certeza de quando o bloco caiu sobre o corpo. A hipótese mais aceita é que a vítima estava dentro ou perto de um prédio durante a erupção, quando foi sufocado e morreu. As paredes, e o grande bloco de pedra, podem ter desabado ao mesmo tempo, ou mais tarde, e caído sobre o corpo falecido.

A surpresa para nós foi que o crânio estava intacto e não foi esmagado pelo bloco", finalizou Osanna. "Agora que temos o esqueleto completo, podemos entender muitas coisas".