As apresentações da família Wallenda impressionaram os Estados Unidos no século 20, mas tiveram o vento como inimigo mortal
O grupo The Flying Wallendas, fundado por Karl Wallenda durante a década de 1940, impressionou os Estados Unidos com as arriscadas apresentações da família de equilibristas na modalidade tightrope em ambientes não controlados, como montanhas, prédios e torres, sempre desacompanhados de equipamentos de segurança para provar a técnica.
Com apresentações em circos por todo o país, passaram a ter visibilidade da mídia e do entretenimento em geral, sendo convidados a apresentarem no Madison Square Garden periodicamente e em diversos estádios durante partidas de futebol e basebol. Porém, as consequências das arriscadas apresentações sempre foram tragédias no âmbito familiar.
O primeiro acidente, em 1962, foi durante a formação de uma pirâmide, que consistia em posicionar os membros da família Wallenda juntos, em cima da corda, formando uma pirâmide humana. O desequilíbrio de Richard, filho da esposa do fundador, o fez cair no chão tendo uma morte imediata. Karl lesionou gravemente sua pélvis e seu filho adotado, Mario, ficou paraplégico. No ano seguinte, a irmã de Karl, Rietta, também morreu após uma queda.
Karl pensou em desistir, mas as atrações da família continuavam a ser solicitadas com frequência e custavam caro, dando certo conforto financeiro aos membros. Além disso, o fundador, nascido na Alemanha, tinha orgulho de ter trazido tal tradição para os Estados Unidos e fazia questão de que a família seguisse respeitando a oportunidade.
Com os falecimentos, decidiu aproveitar-se da ascensão da televisão para oferecer números televisionados. Com sucesso, cruzou, segurando seu próprio microfone, a formação rochosa de Tallulah Gorge, na Georgia, o que alavancou a fama mundialmente do grupo, levando as imagens para diversas emissoras internacionais. No Brasil, os atos de Wallenda eram transmitidos no quadro “Isto é Incrível”, no Programa Silvio Santos, narrado pelo próprio apresentador.
Tal fama internacional fez a família ser convidada a se apresentar em outros países, como ocorreria em 22 de março de 1978, quando se apresentariam em Porto Rico. Para promover a venda de ingressos da atração, Karl, na época com 73 anos, decidiu que cruzaria uma corda entre dois prédios de San Juan, ato comum ao promover os shows locais. Porém, não contava com as condições meteorológicas.
Logo que subiu, televisionado pela WAPA-TV, equilibrou-se com uma barra que segurava para proporcionar peso e tensionar a corda, porém, o vento começou a intensificar no meio do trajeto, surpreendendo a todos os presentes ao atingir 48km/h. Ao tentar se apoiar na corda e ficar estabilizado até a ventania diminuir, Karl não conseguiu se afirmar e caiu de uma altura de 37 metros direto no chão, sendo rapidamente socorrido por diversos espectadores.
A morte do equilibrista foi constatada no caminho ao hospital. Oito anos depois, seu neto Enrico refez o trajeto, cruzando 250 metros de corda no mesmo local, também sem equipamentos de segurança, para homenagear o avô. Esse trajeto também foi televisionado, entretanto, foi concluído com sucesso.
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