Com o fim da Primeira Guerra, o mundo mergulhou em numa "irracionalidade exuberante"
Terminada a Primeira Guerra, o mundo mergulhou em um período de "irracionalidade exuberante", para usar a expressão consagrada por Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central norte-americano.
Nova potência mundial, os Estados Unidos, com cidades populosas e produtivas como Nova York, Los Angeles e Chicago, lideraram esse tempo de riqueza e excessos, que passou à História com nome de Roaring Twenties, os loucos — ou felizes — anos 20.
Eles aconteceram por causa de um boom na economia, que se deu após o crescimento e enriquecimento das indústrias do país durante a Primeira Guerra Mundial, onde as empresas exportavam itens como comida, máquinas, carvão e aço para as potências européias, e se beneficiavam com isso.
A era dos loucos anos 20 foi marcada por uma verdadeira efervescência cultural, resultado da então recente prosperidade econômica do país, e trouxe celebridades, como estrelas do esporte e do cinema, para os meios de comunicação.
O estilo de vida e o consumo da nação também mudaram, trazendo uma demanda acelerada e de larga escala de produtos nunca antes vista, que acabou fazendo com que fossem popularizados.
Tudo acabou na manhã de 24 de outubro de 1929, que entraria para a história como 'Quinta-Feira Negra'. A Bolsa de Valores de Nova York desabou, dando fim a uma ciranda financeira na qual bancos emprestavam a corretoras que investiam em ações como se não houvesse chance de queda de preços, e um novo capítulo da economia do país, que duraria doze anos e seria conhecido como a Grande Depressão, se abriria.
Ainda que economistas como Roger Babson e jornalistas como Alexander Noyes, do New York Times, alertassem para os ricos, qualquer pessoa acreditava que ficaria rica com ações — de magnatas a engraxates.
Mais de 27% dos Estados Unidos ficou desempregado, empresas faliram, a produção industrial foi reduzida e não havia um só culpado: poderia se dizer que o crash ocorreu pelo próprio aumento do consumo, ou pela superprodução agrícola (que trouxe commodities em excesso, como o caso do trigo), mas não há apenas um motivo.
A quebra de um conglomerado britânico também foi apontada como uma razão — mas, possivelmente, a tragédia nasceu da crença da riqueza para todos. Quando a realidade se impôs, as pessoas vagavam por Wall Street em busca dos culpados por terem perdido todas as suas economias.