Produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, a vacina tem 78% de eficácia contra casos leves do Coronavírus
Na manhã da última sexta-feira, 8, o Instituto Butantan oficializou o pedido de uso emergencial da CoronaVac à Anvisa. Criada em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, a vacina mostrou ser eficaz contra o novo Coronavírus.
Agora, segundo previsões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a análise do pedido pode demorar até dez dias. Nesse caso, se a vacina for aprovada, profissionais da saúde, indígenas, quilombolas e idosos devem ser imunizados primeiro.
Os recentes relatórios do instituto paulista, inclusive, comprovam que a vacina tem 78% de eficácia em casos leves da doença.
Pesquisas
Em meio à busca incessante por um medicamento que coloque um fim na pandemia, a CoronaVac parece ser uma grande promessa. Segundo dados divulgados pelo Instituto Butantan, a vacina é 100% eficaz contra casos graves e moderados da doença.
Isso quer dizer que, com ela, as pessoas imunizadas podem não precisar mais ser internadas. Contra casos leves, os números são um pouco diferentes, mas continuam animadores. A eficácia, nesses casos, é de 78%.
No geral, portanto, os números são positivos e estão trazendo grandes expectativas. Mas, afinal, como a vacina que pode acabar com a pandemia realmente funciona? O que será injetado na população caso a CoronaVac seja aprovada?
Tecnologia de ponta
Para a produção da vacina que combate a Covid-19, cientistas usaram uma tecnologia bastante parecida com a utilizada em outros medicamentos. São técnicas usadas, por exemplo, nas vacinas da gripe e hepatite A.
Trata-se da inativação do próprio Coronavírus. Neste processo, os organismos responsáveis pela enfermidade são expostos, em laboratório, a calor e diversos produtos que inibem sua capacidade de reprodução, tornando-se inativados.
Uma vez impossibilitados de multiplicação, os vírus já podem ser injetados no corpo humano. Após a aplicação, então, os organismos invasores são identificados pelo sistema imunológico, que cria uma defesa contra a doença.
Luz no fim do túnel
Atualmente, o Instituto Butantan utiliza insumos importados da China para produzir a CoronaVac. Ainda assim, estima-se que a fábrica paulista, que funciona 24h por dia, será autossuficiente para produzir a vacina em breve.
Nesse sentido, a projeção é que São Paulo terá cerca de 60 milhões de doses do medicamento, disponíveis já em março deste ano. Depois disso, basta iniciar a campanha de vacinação no estado e, em seguida, no país todo.
Caso tenha a aprovação da Anvisa, inclusive, o Instituto Butantan planeja iniciar a imunização no dia 25 de janeiro, data do aniversário de São Paulo. Neste primeiro momento, serão cerca de 9 milhões de vacinados no grupo de risco até março, que representa uma notícia animadora.
Um amanhã promissor
No futuro, então, a esperança é de que a CoronaVac seja enviada para todo o Brasil. Para isso, o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, já assinou a compra de 100 milhões de doses da vacina — o suficiente para imunizar metade da população brasileira.
Uma vez aprovadas, produzidas e adquiridas, as primeiras 46 milhões de doses serão entregues até abril, sendo que a campanha de vacinação deve começar entre janeiro e março. Depois disso, outras 54 milhões devem ser enviadas nos meses que compreendem 2021.
Por fim, resta saber se a vacina — da qual alguns setores da população ainda têm suspeita — será obrigatória. Nesse sentido, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, nenhum estado ou município poderá exigir a vacinação por parte da população.
Ainda assim, é possível que, caso não sejam vacinados, os cidadãos percam alguns privilégios. Benefícios como a entrada em alguns estabelecimentos ou a realização de matrícula em escolas públicas, por exemplo, podem ser proibidos.
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