Após o corpo de uma mulher ser detectado no lago Coniston Water, na Inglaterra, uma história conturbada veio à tona
Era apenas um dia normal embaixo d'água para um grupo de mergulhadores do lago Coniston Water, no condado inglês de Cumbria. Os aventureiros estavam submersos a 15 metros de profundidade e realizavam o seu hobby como se costume, até que encontraram algo perturbador nas profundezas: o cadáver de uma mulher, ainda de camisola.
A visão apavorante consistia em um corpo pálido, envolto em sacos de plástico, e amarrado meticulosamente. Aquela pobre mulher havia sido jogada a cerca de 200 metros da costa leste e seu cadáver permaneceu vagando. Se tivesse sido arremessada a apenas alguns metros a diante, talvez ela nunca tivesse sido encontrada.
Fato é que a defunta fora detectada, em 13 de agosto de 1997. A partir daí um mistério intrigante começou: afinal, quem era aquela mulher e o que havia a levado àquela situação deplorável?
Ainda não sabendo tudo sobre o crime, detetives passaram a apelidar então o corpo de A Mulher do Lago. O nome faz alusão a um livro homônimo, escrito por Raymond Chandler, em 1943. O romance aborda o caso de uma mulher desaparecida e tem um enredo milaborante e espantoso. Igualmente, a mulher do lago da vida real também é um caso de arrepiar os pelos.
Investigação policial
Segundo noticiou a BBC, um exame post mortem determinou que o crânio da mulher havia sido atacado e "seu rosto havia sido quebrado por vários golpes" de um instrumento afiado.
As maiores suspeitas caíram sob o ex-marido da falecida, o professor aposentado Gordon Park. Quando a notícia sobre o descobrimento do corpo veio à tona, Gordon estava curtindo um feriado com sua terceira esposa, Jenny, na França.
No dia 24 de agosto de 1997, o casal voltou à Inglaterra, e Gordon foi detido temporiariamente na manhã seguinte. Mas a falta de evidências conclusivas na época significaria que ele ficaria livre por mais sete anos.
Identificação
A mulher morta se chamava Carol Ann Park e ela já estava desaparecida há mais de 20 anos. Antes de sumir, a moça tinha relatado a algumas amigas que estava se sentindo deprimida. Ela, que era adotada, estava em busca de seus pais biológicos, até que no dia 17 de julho de 1976 ninguém nunca mais a viu.
Gordon Park estava ciente do desaparecimento da ex-mulher, mas não relatou à polícia que ela estava desaparecida por quase seis semanas após ela sumir. A promotoria afirmou mais tarde que o motivo de Gordon não ter alertado as autoridades era orgulho: ele queria supostamente evitar a humilhação pública, já que acreditava que a ex-esposa estaria o deixando, mais uma vez, para conhecer outra pessoa.
O relacionamento que Gordon tinha com Carol era explosivo. Ele era extremamente ciumento e controlador. Então, ela já havia o deixado para morar com outro homem. A guarda dos filhos do casal ficou com Gordon, mas a mulher retornou para a casa, pois tinha saudade das crianças.
O crime
Em janeiro de 2004, o caso passou a ser investigado novamente, pois surgiram novas evidências. Foi descoberto que Carol Park havia sido mortalmente ferida no rosto com um machado de alpinismo e seu corpo foi depois armazenado por Gordon dentro da própria geladeira da casa da família.
Houve um meticuloso uso de nós para embrulhar o cadáver, o que apontava para Gordon — o homem era um alpinista e marinheiro com um interesse incomum por nós. Por último, após embalar a ex-esposa, o assassino teria a jogado no rio Coniston Water.
Em 2005, um júri do Tribunal da Coroa de Manchester, por unanimidade, considerou Gordon Park culpado de assassinar a mulher. Ele foi condenado à prisão perpétua por um período mínimo de 15 anos.
Um recurso contra sua condenação foi julgado improcedente em novembro de 2008, mas Park continuou alegando ser inocente até o dia de sua morte. O homem cometeu suicídio e foi encontrado morto por enforcamento em sua cela no HMP Garth, em Lancashire, em janeiro de 2010 — dia do seu aniversário de 66 anos.
Controvérsias
Segundo a BBC, em 2019, advogados do Crown Prosecution Service (CPS) alegaram que havia evidências "convincentes" contra Park e, portanto, sua condenação seria segura e comprovada.
No entanto, por outro lado, os advogados de outro órgão, a Comissão de Revisão de Casos Criminais (CCRC), disseram que o CPS não divulgou evidências suficientes no julgamento de 2005. Não teriam comprovado na época, por exemplo, a credibilidade de um preso, que prestou depoimento dizendo que Park confessara o assassinato de sua esposa.
A alegação dizia que o preso que testemunhou contra Park estava "mentindo para o júri", pois usava heroína e estava envolvido no tráfico de drogas. Há ainda evidências que apontam que a arma do crime não foi um machado de alpinista — uma das provas que incriminaram Gordon Park.
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