Após a morte de uma pessoa próxima, Andraka desenvolveu um impressionante sistema capaz de detectar três tipos de câncer
Giovanna Gomes Publicado em 22/10/2020, às 17h47
O americanoJack Andraka é considerado um jovem gênio. Em 2012, quando tinha apenas 15 anos, o menino criou um sistema de detecção de três tipos diferentes de câncer. No mesmo ano, recebeu o prêmio Gordon E. Moore da International Science and Engineering Fair (Feira Internacional de Ciência e Engenharia), instituição que premia jovens inventores anualmente nos EUA.
Andraka nasceu na cidade de Crownsville, em Maryland em 8 de janeiro de 1997. Sua mãe era enfermeira anestesista, o que contribuiu para com seu interesse pela área da medicina desde cedo. Além disso, ainda criança, o jovem tinha o costume de observar seu irmão mais velho, Luke, enquanto este realizava experimentos científicos em casa.
Muito inteligente, seus projetos sempre foram de grande notoriedade, ganhando diversos prêmios nas feiras de ciências de sua escola.
Segundo Jack, um dos principais motivos para ele ter buscado desenvolver um sistema de detecção de câncer foi a morte de um amigo de sua família, o qual considerava como um tio. Ted, o amigo que morreu, perdeu uma batalha para um câncer de pâncreas, um tipo muito difícil de ser descoberto. Assim, o jovem decidiu estudar para desenvolver um método de detecção precoce.
Jovem gênio
Em uma entrevista à BBC, Jack disse que a ideia do teste de câncer pancreático surgiu na escola, enquanto seu professor de biologia explicava sobre anticorpos. Naquela época, ele estava lendo um artigo sobre métodos de análise utilizando nanotubos de carbono, o que também foi fundamental para o desenvolvimento de seu projeto.
No entanto, não foi fácil encontrar alguém que aceitasse sua proposta. Ele entrou em contato com 200 professores, sendo que, desse número, 199 rejeitaram. Apenas AnirbanMaitra, professor de Patologia, Oncologia, e Engenharia Biomolecular e Química na Johns Hopkins School of Medicine, aceitou o projeto.
Com resultados promissores, ele recebeu vários prêmios como o prêmio Gordon E. Moore, ainda em 2012, de modo que ganhou fama internacional. Ele também foi citado na lista de pessoas mais inspiradoras com menos de 40 anos da revista Advocate de 2014, além de obter uma filiação como explorador da National Geographic.
O método
O método desenvolvido por Jack consiste em um teste de diagnóstico com fita reagente, um sensor de papel que busca um biomarcador para câncer de pâncreas. A fita mede o nível de mesotelina no plasma sanguíneo para identificar se o paciente possui ou não a doença em estágio precoce. O teste possui mais de 90% de precisão e também pode ser usado para testar câncer de pulmão e de ovário.
Segundo Jack, o método muito mais sensível do que os testes atuais de diagnóstico e leva apenas 5 minutos para realizá-lo. Ele custaria cerca de 3 centavos de dólar. No entanto, o método ainda está em fase de estudos, pois é fundamental que se tenha total certeza de sua eficácia na detecção precoce do câncer antes que seja utilizado na prática.
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