O item chama atenção pelas poucas unidades conhecidas
O hábito de colecionar moedas movimenta milhares de entusiastas pelo mundo em busca das principais raridades monetárias já produzidas na história das civilizações, contudo, alguns dos grandes achados da arqueologia já possibilitam o conhecimento de alguns dos mais difíceis itens de se achar.
Um deles chegou a ser certificado pela Numismatic Guaranty Corporation, a principal empresa internacional de certificação de moedas, como a moeda inglesa mais valiosa existente, sendo confeccionada em ouro no início do ano de 1344, durante o reinado de Eduardo III.
Na ocasião, a única unidade privada conhecida havia sido catalogada após ser descoberta em 2006. Outras duas unidades, armazenadas no British Museum, na Inglaterra, totalizavam as únicas que eram consideradas existentes — até então, visto que uma curiosa inspeção em outubro de 2019 apontou uma luz sobre a raridade.
Enquanto realizavam uma detecção de metais no pequeno município de Reepham, no condado inglês de Norfolk, a raridade foi localizada ao lado de outra moeda de ouro. O curioso achado do entusiasta não-identificado mobilizou autoridades especializadas para verificar o material e a forma de confecção, como informou o The Times.
Apesar de entortada em semicírculo, o artefato era compatível com as outras unidades encontradas, contendo o brasão anglicano e os mesmos detalhes com ouro legítimo. A datação também apontou compatibilidade com o período histórico da descoberta, destacando a boa conservação apesar dos efeitos do tempo.
Com o outro item localizado não foi diferente; sua veracidade foi constatada, mas sua confecção foi realizada a cerca de 1 a 2 anos antes da moeda encontrada recentemente. Em junho de 2021, as análises foram concluídas, certificando os órgãos especializados de que ambas eram verdadeiras — e dando entrada no reconhecimento estatal de tesouro nacional.
Em entrevista a BBC internacional, a oficial de pesquisa Helen Geake explicou que, na época da criação do "leopardo", o rei Eduardo III teve o interesse em retomar a produção de moedas de ouro. Apesar do status de poder, a inserção comercial delas não funcionou na prática, visto que a sociedade não se acostumou com as moedas com medidas diferentes das anteriores — “nobres”, “xelins” e centavos.
"O tesouro real pode falar em termos de libras, xelins e centavos, mas a realidade física eram sacos de centavos de prata. Então Eduardo III decidiu reintroduzir as primeiras moedas de ouro na Inglaterra desde a era anglo-saxônica - e ninguém sabe o motivo”, disse a doutora, acrescentando que, em poucos meses, sua produção foi interrompida.
Com a escassez do material-base, os exemplos da moeda que estampa a reportagem foram derretidos e sumiram de circulação nos anos seguintes, principalmente após a crise da Peste Negra na Inglaterra em 1348, que dizimou parte da população. Após a constatação da veracidade, ela concluiu afirmando que novas buscas serão feitas na região para verificar possíveis unidades semelhantes.