A cerimônia de resgate dos cadáveres se torna um show de comemorações e desfiles com entes falecidos usando roupas e acessórios novos
1. Tradição regional
Uma cerimônia que pode parecer aterrorizante para alguns é um clássico regional na aldeia da tribo Toraja, na Indonésia, O Ma’nene, que em tradução literal significa “A Cerimônia de Limpeza dos Cadáveres”, é um pouco mais glamuroso do que seu nome.
Realizada a casa três anos, os restos mortais de amigos, parentes e amores que tiveram em vida são tirados do caixão do repouso eterno para revisitar os locais onde fizeram história, sempre acompanhados de pessoas que sentem saudade daquele que já pertenceu ao corpo.
2. Preparação inicial
Os cadáveres já são enterrados na região com um método específico para conservar os traços da pessoa, visando uma futura retirada para revisitar os bons companheiros de vida; os corpos são conservados no formol, que retarda a putrefação, além de tentar manter os cadáveres longe de bactérias e germes, com estruturas mais rígidas e bem seladas.
Muitos dos corpos ficam enterrados na ilha de Sulawesi, onde situa boa parte da população Toraja, porém, algumas figuras notáveis na comunidade e membros muito queridos também podem ser levados para a casa dos familiares, sendo conservados no formol em algum cômodo, logo após o velório.
3. Quem faz?
A população de Toraja não realiza a ação por crenças baseadas em religiões, visto que a população é dividida entre muçulmanos e cristãos. O hábito já está integrado há décadas, principalmente por familiares, como filhos resgatando pais e irmãos.
Como o festival também abrange a prática do “Aluk Todolo”, traduzido como “o Caminho dos Ancestrais”, não há poucos casos de grupos de amigos que resgatam um ex-companheiro de vida para praticar alguma atividade cotidiana pelas ruas da cidade, desde visitar algum ponto de encontro até posar para fotografias.
4. Lavou, tá novo!
O evento tem uma função ligada a manutenção e respeito ao lugar onde os ancestrais repousam, estimulando o conserto dos caixões, lápides dos falecidos e cuidados pessoais ao cadáver. A brincadeira pode ser simples, mas o Ma’nene pode se tornar um show das exumações com o terceiro fator.
Diversos corpos são penteados, maquiados e até recebem um banho especial, sendo posteriormente regados a perfumes. Outros ainda são mais sortudos; recebem uma troca completa de roupa a cada três anos, com direito a acessórios de luxo como óculos e joias. Logicamente, são desfilados pelas ruas da cidade como personalidades da memória cultural.
5. Origem da lenda
A história da tribo para justificar a cerimônia é conhecida por cada um dos habitantes desde a infância, visto que é contada na escola e propagada por gerações. Uma lenda explica que, há cerca de um século atrás, um caçador, de nome Rumasek, perambulava pelas montanhas quando avistou um cadáver nu e decompondo.
Tocado pela tragédia, o Rumasek vestiu o morto com algumas de suas roupas reservas e enterrou de maneira digna o corpo, chegando a instalar uma pequena lápide, sem identificação, apenas para situar que ali tinha um corpo. Com isso, o caçador foi abençoado com a boa sorte, por respeitar aqueles que batalharam pela sociedade.
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