Até 1988, o esporte era criminalizado em São Paulo. Entenda!
A estreia da modalidade do Skate Street nas Olimpíadas de Tóquio 2021 foi marcada por vitórias significativas para o Brasil. Na categoria masculina, o atleta paulista Kelvin Hoefler deu nome e conquistou medalha de prata, sendo a primeira medalha do país nos jogos.
Já na categoria feminina, a gigante de Imperatriz, no Maranhão, Rayssa Leal,de apenas 13 anos de idade, também conquistou a medalha de prata, tornando-se a atleta mais jovem da história do Brasil a conquistar o pódio em uma Olimpíadas.
As vitórias foram amplamente repercutidas pela imprensa nacional e internacional. No Brasil, as conquistas de Kelvin Hoefler e Rayssa Leal tornaram-se símbolos, uma vez que a prática representa muito mais do que um esporte, mas sim um estilo de vida tão presente na cultura brasileira. Contudo, embora a prática esteja conquistando o mundo, no passado já foi proibida no Brasil.
No Brasil, o skate se popularizou por volta da década de 1960, até então conhecido como “Surfinho”. Já em 1974, o engenheiro químico, Frank Nashworthy, revolucionou a modalidade ao descobrir um material resistente para as rodas, que as tornaram mais rápidas e seguras.
De acordo com o site Brasil Escola, logo este esporte conquistou os jovens brasileiros, surgindo cada vez mais adeptos da modalidade. Além disso, a primeira pista do país foi construída em 1976, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde um ano depois ocorreu o primeiro campeonato de pista.
Com o passar do tempo o skate foi se aperfeiçoando e os atletas passaram a incorporar novas manobras. Em questão de pouco tempo, o esporte virou um estilo de vida.
Na música brasileira, uma das maiores precursoras foi a banda Charlie Brown Jr., que com seu estilo próprio e único revolucionou toda uma geração, influenciando diversos jovens ao redor do Brasil. No entanto, antes disso, a trajetória da modalidade no país foi regada de muitos desafios e obstáculos.
Segundo o site Torcedores.com, até 1988 a prática do skate era proibida em São Paulo. O esporte só foi descriminalizado naquele ano, quando a então prefeita Luiza Erundina liberou a prática na cidade.
A história voltou à tona no último domingo, 25, quando a atual deputada federal pelo PSOL parabenizou Kelvin Hoefler pela conquista nas Olimpíadas de Tóquio 2021 e relembrou, ainda, em suas redes sociais, quando decretou o fim da criminalização do skate no Brasil.
E a nossa primeira medalha na Olimpíada de Tokyo veio justamente do Skate, com o atleta Kelvin Hoefler. Hoje, um esporte olímpico, no passado, discriminado e proibido em São Paulo, que Erundina liberou! Parabéns Kelvinho! 🥈🛹 pic.twitter.com/MqcFpmgG0H
— Luiza Erundina (@luizaerundina) July 25, 2021
Fato é: o skate é mais do que um esporte, faz parte da cultura nacional, sendo um estilo de vida para os adeptos. A inclusão dessa modalidade nas Olimpíadas representa, ainda, um importante avanço social e cultural para a sociedade moderna.