Marco Antônio de Souza é uma lenda viva no Exército brasileiro, sendo mais conhecido pelo codinome de "Assombroso"; entenda origem do apelido!
Publicado em 06/04/2025, às 15h00 - Atualizado em 10/04/2025, às 16h47
Um carioca de origem humilde, Marco Antônio de Souza nasceu no dia 21 de dezembro de 1964 no bairro de Copacabana, em sua própria casa. Membro de uma família com nove filhos, quando completou 18 anos decidiu se apresentar à junta de alistamento militar, e não demorou para conseguir certo destaque.
Em apenas alguns meses, tornou-se parte da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro, chamando atenção de seus superiores com sua perícia em armas. Quando soube da criação do 1º Batalhão de Forças Especiais, ele se inscreveu para ingressar ao grupo e, entre apenas nove selecionados, ele estava no meio.
E com uma trajetória impressionante nas Forças Armadas, Marco Antônio acabou ficando bastante reconhecido; mas não por seu nome, e sim pelo apelido: "Assombroso". Agora, sua história é contada no novo livro 'Eu, Minha Arma e o Alvo', lançado recentemente pela Rocco e de autoria dos jornalistas Nathalia Alvitos e André Moragas.
Após o treinamento para as Forças Especiais, Marco tornou-se membro da tropa de Comandos, onde se especializou como sniper. "Eu passei 30 anos das Forças Especiais. Eu entrei no final de 1983 e sai de lá no meio do ano de 2013", relata ele em entrevista à equipe do site Aventuras na História.
Nesse período, participou das mais variadas missões e operações, como uma que ficou bastante conhecida em 2004, em Porto Príncipe, capital do Haiti, depois que estourou uma guerra civil no país. Na ocasião, a ONU formou uma equipe especial para controlar a situação política por lá, e quem liderou as ações foi o Brasil.
Quando chegou no país, em 2006, Marco já era um veterano das forças armadas brasileiras, com 41 anos. E sua ação por lá o tornou uma verdadeira lenda viva, com uma habilidade indiscutivelmente assustadora, ao abater os inimigos necessários com uma impressionante taxa de acerto de 100%. Um tiro, uma baixa.
Vale mencionar que, no caso de membros das Forças Especiais, é necessário que eles utilizem codinomes, "por uma questão de proteção do próprio operador da instituição que ele representa", conforme explica Marco Antônio. "Normalmente você carrega um codinome, um nome fictício, que você utiliza para o resto da vida. É curioso, porque não é você que escolhe seu codinome, são seus companheiros".
Até ter um novo codinome para usar em Porto Príncipe, Marco costumava ser chamado de Ranger. Porém, este já havia caído em desuso, e por isso a equipe começou a pensar para escolher um novo apelido para o carioca.
"E começou o pessoal escolher ali: 'fulano vai ser Laranja', porque tem um cabeção; 'Petit', porque era pequeno em francês (no Haiti predomina a língua francesa). 'Biscuit', porque tinha o rosto parecido com uma bolacha. Só a zoação total. E eu rindo sem saber que minha cama estava sendo armada", recorda Marco Antônio.
Daqui a pouco, um grupo de soldados me chama: 'Ô sargento. Tu vai ser o Assombroso'. Ai me mostraram a foto daquele amigo do Gasparzinho, que é o Assombroso. O Gasparzinho é aquela figura angelical, bonitinha, e o Assombroso é a p*rra dum fantasma todo esfarrapado", relata o militar à Aventuras na História.
Para aqueles que não conhecem, entre setembro e dezembro de 1979, foi exibido pela NBC nos Estados Unidos a animação que, no Brasil, ficou conhecida como 'Gasparzinho, o Fantasma Espacial', uma série que acompanhava o já famoso personagem Gasparzinho, o "fantasminha camarada", produzido pela Hanna-Barbera, ao lado de duas policiais espaciais, Mini e Maxi, que patrulham a Cidade Espacial, no ano de 2179.
E nesta aventura estilo 'Os Jetsons', o trio também é acompanhado pelo turbulento e bondoso fantasma Assombroso, uma figura grande, peluda e milenar, com um característico grande nariz vermelho e uma gravata borboleta, que gosta de assustar especialmente vilões e encrenqueiros. Ele é um amigo de Gasparzinho, e aceita o fato de que é um fantasma gentil que não gosta de assustar as pessoas.
"E eu falei: ‘não vou ser isso aí não’", prosseguiu Marco Antônio. "Mas eles já tinham um plano B. Ai o outro mostrou o celular: ‘se não for o Assombroso, vai ser esse aqui’ e me mostrou a foto do Fantasma do Trem do filme 'Ghost'. Aquela figura trevosa. Como eu era fã do Gasparzinho desde criança, acabei deixando. Vocês vão ver o que é Assombroso", brinca.
Durante seu tempo nas Forças Especiais no Haiti, trabalhando inclusive em apoio após o terremoto de 2010, Assombroso recebeu um amplo reconhecimento por seus feitos. Posteriormente, também atuou em operações contra o garimpo ilegal na Amazônia e, agora, sua história pode ser mais intimamente conhecida pelo livro 'Eu, Minha Arma e o Alvo'.
+ Confira abaixo a entrevista de Marco Antônio de Souza, o Assombroso, à equipe do Aventuras na História!