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Matérias / Personagem

Amnésia e mundo moderno: Naomi Jacobs, a mulher de 32 anos que acordou com 15

Em uma crise de situação e espaço, a americana esqueceu o que viveu entre os anos de 1992 e 2008, sentindo-se como uma viajante no tempo

Wallacy Ferrari Publicado em 11/08/2020, às 09h05

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Fotografia de Naomi durante a adolescência - Divulgação/Twitter/queennayjay
Fotografia de Naomi durante a adolescência - Divulgação/Twitter/queennayjay

Em 2008, a britânica Naomi Jacobs teve a manhã mais estranha de sua vida; acreditando ser um pesadelo, acordou em uma casa desconhecida, desarrumada, completamente mobiliada com itens que nunca haviam sido vistos e num local onde nunca havia pisado. Ao chegar no banheiro, viu no espelho uma mulher muito diferente da que conhecia.

Com mais peso, rugas e manchas, Naomi acordou em pânico com o estranho fato de que tinha a feição de uma mulher muito mais velha do que os seus 15 anos proporcionava. De fato, a diferença entre a Naomi que era imaginada para a da vida real era de 17 anos; a britânica estava sem nenhuma memória do que ocorreu em sua vida desde 1992. Sua última memória clara era de ter deitado no beliche com a irmã depois de estudar para uma prova do colégio.

Quando acordou, já estava bastante distante do que sonhava na adolescência. Com 15 anos, a jovem sonhava em se tornar uma jornalista ou escritora, porém, descobriu gradativamente que não atingiu os objetivos. Para a surpresa de Naomi, a chegada de uma pessoa estranha na casa que acordou foi ainda mais chocante: a de um garoto pequeno, correndo em sua direção, aos gritos de “mamãe, mamãe”.

Naomi posa para fotografia, tirada no ano de 2015 / Crédito: Arquivo Pessoal / Naomi Jacobs

O início de um sonho

Leo era filho de Naomi. A decepção com seu destino foi a principal causa pela insatisfação com a estranha viagem no tempo. Sem conhecer mecanismos recentes da sociedade, como transporte público com passes digitais ou redes sociais pela internet, evitava buscar ajuda, visto que acreditava estar delirando. Porém, odiava o fato de que não conseguiu concluir o ensino superior como planejou, sendo uma mãe solteira que contava com auxílios estatais.

Alguns poucos momentos conseguiram ser mantidos; o hábito de dirigir carros, nunca desenvolvido quando tinha 15 anos, foi feito sem dificuldades, visto que a memória motora ainda esteve presente em seu inconsciente. Sequências numéricas, como senhas de cartões, telefones e endereços ainda era estranhamente lembradas, porém, outras inovações se tornaram empecilhos.

Para entender como funcionava o Google, chamou o filho como se fosse fazer um teste e pediu que o mesmo demonstrasse o máximo de sua capacidade com a tal internet. Enquanto navegava no computador, Naomi observava cada um dos mecanismos. Foi assim que conseguiu localizar amigas e notificá-las sobre o esquecimento, iniciando uma busca em seu passado.

Naomi e o filho Leo, que a abraça enquanto repousa em uma poltrona / Crédito: Divulgação/Twitter/queennayjay

Deu tudo errado?

Com o auxílio das companheiras, descobriu que, em algum lugar da casa, guardou diversos diários pessoais, relatando seus dias ao longo dos anos esquecidos. Por lá, descobriu que foi usuária de drogas ilícitas, relembrou o estupro que sofreu ainda na infância e outras passagens. Em certo momento, soube que conseguiu garantir uma boa situação financeira e até abriu um negócio, mas meses depois, perdeu tudo e chegou a morar na rua.

Com o diário, no entanto, recuperou a memória gradativamente, se adaptando na sociedade. Ao consultar um psiquiatra, descobriu que estava sofrendo de um tipo raro de amnésia causada por estresse, a amnésia global transitória. A relação da causa pode ser associada a destruição de neurônios causada pelo consumo anterior de maconha e cocaína.

Com a conclusão e calmaria, Naomi escreveu o livro “Forgotten Girl” (“Mulher Esquecida”, em inglês), relatando que, apesar da descoberta, pôde recomeçar livre dos maus hábitos e desenvolver um amor imensurável pelo filho, até então desconhecido, porém com a mesma idade que tinha em 1992.


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