Uma série de obstáculos marcaram a investidura do então príncipe Charles
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/10/2021, às 15h11 - Atualizado em 05/05/2023, às 10h20
Quando Charles Philip Arthur George Mountbatten-Windsor tinha 20 anos de idade, ele foi investido com o título de Príncipe de Gales por sua mãe, aRainha Elizabeth II, através de uma cerimônia real acompanhada por 19 milhões de britânicos através da televisão.
A nomeação, que aconteceu em primeiro de julho de 1969, já era esperada: está prevista nas tradições da família real britânica que o monarca em exercício a conceda para seu primogênito, o herdeiro do trono. Outro detalhe é que quando Diana casou-se com Charles, o matrimônio permitiu que ela adquirisse o título de Princesa de Gales.
No tradicional evento em que o filho mais velho da Rainha ganhou a nomeação, ele se ajoelhou à frente da matriarca, e recebeu dela uma série de itens: uma espada, uma coroa de ouro, um anel de ametista, e, para finalizar, um manto depositado em seus ombros. Quando ele se levantou, era então, oficialmente, o Príncipe de Gales.
Quando se descreve a cerimônia apenas através desses atos simbólicos presentes no protocolo real, ela parece ter corrido como planejado, porém isso é apenas parcialmente verdade.
Isso, pois, antes deste momento havia ocorrido uma série de tentativas de atentado à vida de Charles, planejadas por nacionalistas galeses que faziam uma oposição armada à dominação britânica, conforme relembrado por uma matéria de 2019 do UOL feita em ocasião dos 50 anos que o membro da monarquia britânica já carregava o título.
Vale mencionar que o grupo, responsável por ameaçar e plantar dispositivos explosivos destinados a impedir o episódio de acontecer, representava uma minoria da população galesa, que, em geral, demonstrou entusiasmo em relação ao evento de investidura.
A fim de chegar ao local em que oficializaria seu posto de Príncipe de Gales, o filho da Rainha precisou fazer uma viagem de trem. O veículo, naturalmente, foi designado para ser utilizado especificamente por membros da realeza britânica. É também por esse motivo que houve bombas plantadas nas linhas de ferro pelas quais o trem precisaria passar.
Ameaças por telefone citando possíveis ataques fizeram com que a viagem de Charles fosse interrompida em três ocasiões diferentes. Os atrasos, embora inconvenientes, tinham o objetivo de garantir sua segurança.
Outra medida com o mesmo propósito foi o esvaziamento das caixas de correio nas estações de partida e de chegada do trem. Esta foi uma prevenção em relação à possibilidade de encomendas contendo dinamite.
O trajeto definitivamente foi definitivamente tenso. A certo ponto, por exemplo, uma bomba explodiu em uma linha de ferro próxima. Um objeto jogado contra a carruagem real também foi motivo de preocupação, segundo repercutido pela Folha de São Paulo em um texto também de 2019. Posteriormente, foi revelado que se tratava de algo inofensivo, possivelmente um ovo, segundo alguns dos presentes, e uma bolinha de papel na versão de outros.
A despeito de todos os imprevistos, felizmente o herdeiro do trono, que na época tinha apenas vinte anos de idade, conseguiu chegar ileso à cerimônia.